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terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Uma rápida passagem por Garmisch-Partenkirshen e pelo Lago Eibsee

Na belíssima região alemã conhecida como Baviera, no sul do país já bem próximo à fronteira com a Áustria, está uma cidade que, no passado, já foram duas, Garmisch (a oeste) e Partenkirshen (a leste). Em 1935, na vigência do nazismo, as duas se tornaram uma só para sediarem os Jogos Olímpicos de Inverno do ano seguinte. 

Atualmente, Garmisch-Partenkirshen faz sucesso como importante estação de esqui durante o inverno da Alemanha. Afinal, a cidade localiza-se no meio dos alpes alemães e nas proximidades da montanha mais alta do país: o Zugspitze. Mas, no verão, as montanhas e os lagos ao redor da cidade também podem (e devem) ser apreciados.

A natureza em volta da cidade, não é, no entanto, o único motivo para visitá-la. Garmisch-Partenkirshen mantém até hoje uma tradição arquitetural comum desta parte da Baviera: afrescos adornando as fachadas de suas casas. Estas características pinturas são conhecidos como Lüftlmalerei.

Garmisch-Partenkirshen e sua principal característica: afrescos nas fachadas de suas casas (uma tradição das cidades localizadas na região alemã conhecida como Alta Baviera). Ao redor da cidade, os Alpes.

Deste modo, ao visitar a cidade, você não apenas vai se encantar com as características de uma charmosa pequena cidade alemã, como também vai ter, como bônus, enormes pinturas nas fachadas das casas, particularmente concentradas no seu centro histórico.

Cito aqui três cidades bastantes visitadas pelos turistas e que ficam relativamente perto de Garmisch-Partenkirshen: Füssen e Munique (ambas na Alemanha) e Innsbruck (na Áustria). 

A popularidade de Füssen vem do fato dela fazer parte da famosa Rota Romântica alemã, servindo de base para quem vai visitar o magnífico Castelo de Neuschwanstein. O que muitos não sabem é que,  a apenas 60 Km de lá, é possível visitar também a região dos Alpes Alemães e aproveitar para se encantar também com Garmisch-Partenkirshen. 

Costuma haver uma rota diária de ônibus direto entre as duas cidades, em um trajeto de cerca de 1h45, pela empresa FlixBus. O carro alugado é outra ótima opção (a melhor, na nossa opinião). E, caso você esteja fazendo a Rota Romântica, muito provavelmente, este será o seu meio de transporte. A vantagem é que o caminho entre as duas cidades, que, obrigatoriamente, segue por solo austríaco, vai margeando um belo lago do norte da Áustria, conhecido como Plansee.

Caminho entre Füssen e Garmisch-Partenkirshen. O trajeto, obrigatoriamente, passa por território austríaco em sua maior parte. Fizemos este caminho no sentido inverso, seguindo em direção a Füssen, após passar um dia explorando a região do Alpes Alemães.


O Lago Plansse, em território austríaco, a caminho de Füssen


Como estávamos de carro, fomos parando sempre que possível nas margens do lago


Por isso que falamos que o carro é o melhor meio de transporte para se deslocar pela região


Já Munique fica a 90 Km da cidade e, embora haja ônibus (pela empresa FlixBus) e trens (pela DB Bahn) diretos entre as duas cidades, seguir para lá de carro é, provavelmente, a melhor opção (embora não seja a mais barata).

Trajeto entre Munique e Garmisch-Partenkirshen. Uma vez estando em Munique, você pode alugar um carro para fazer um bate-e-volta até a região em volta do Zugspitze. Se sua intenção, for seguir de carro até Fussen, para iniciar a Rota Romântica, pode seguir antes para Garmisch.


Innsbruck está a apenas 68 Km de Garmisch-Partenkirshen e foi de onde partimos em direção à cidade. Na verdade, nosso foco principal, na Alemanha, seria a Rota Romântica, mas quando comecei a pesquisar sobre o sul do país, vi que os Alpes Alemães e suas clássicas cidades de fachadas pintadas, ficavam super perto da cidade austríaca. Por que não passar um dia passeando pela região então?

Trajeto entre Innsbruck e Garmisch-Partenkirshen

Seguimos para a cidade com nosso carro alugado, chegando lá na hora do almoço. Poderíamos ter chegado antes se não tivéssemos desperdiçado nosso tempo visitando o Mundo dos Cristais da Swarovski.

Não foi difícil encontrar um local para estacionar. Mas lembre-se: o turista só pode parar em vagas delimitadas pela cor azul, devendo realizar o pagamento nos parquímetros próximos e informando o tempo de permanência no local. 

Chegando a Garmisch-Partenkirshen


Os Alpes são uma constante na paisagem

Do local onde paramos nosso carro, seguimos caminhando até a parte turística da cidade, no seu centro: um calçadão apenas para pedestres, conhecido como Am Kurpark. No caminho, encontramos um restaurante grego, o que foi um alívio, já que detestamos  comida alemã. Passamos toda nossa passagem pela Alemanha fugindo da comida típica do país sempre que possível.

Chegando ao calçadão conhecido como Am Kurpark


O calçadão é bastante agradável, repleto de flores e restaurantes

Em Am Kurpark, encontramos a maior concentração de casas com pinturas nas fachadas. Há vários restaurantes no local, lojas de souvenir e canteiros de flores. Vale à pena passear não apenas pelo calçadão mas também por seu arredores. Complementando a paisagem, são vistas as montanhas dos Alpes para onde se olha.

Construções com fachadas como estas são muito comuns em Am Kurpark

E uma passeio de bicicleta no local para ser uma excelente ideia


Os afrescos encantam


E caminhar pelo local é uma delícia


Tivemos a sorte de encontrar a cidade bastante tranquila


Há muitas lojas no centro e só a beleza das suas fachadas já são um convite 

A bela arquitetura de Garmisch-Partenkirshen já justifica a ida até lá


Mas as montanhas ao redor deixam tudo ainda mais encantador

Uma pena que tenhamos passado pouco tempo

Após nosso passeio pelo centro, pegamos o carro em direção à estação do teleférico que sobe o Zugspitze. Na verdade, já fomos para lá sem a menor intenção de subi-lo, já que uma nuvem escura resolvera montar base no topo da montanha e não faria o menor sentido pagar caro para não ver nada lá de cima.

Trajeto entre o centro de Garmisch e a base para se subir o Zugspitze de teleférico e para conhecer o Lago Eibsse. No caminho, passa-se pelo vilarejo de Grainau, pertencente ao distrito de Garmisch.

O Zugspitze e a nuvem que insistiu em fazer morada lá naquele dia


A estação do teleférico


No entanto, do estacionamento localizado no local (que custa 4 euros), é possível também acessar as margens de um encantador lago alemão: o Eibsee. Nosso objetivo inicial era apenas ir até o lago, tirar umas fotos e seguir viagem. Não contávamos, no entanto, com a beleza e tranquilidade do lugar, um claro convite para que passássemos um tempo sentados ali apreciando o encanto da natureza.

Chegando às margens do Lago Eibsee


Encantador


Uma família inteira de patos nadava pelas calmas e cristalinas águas do Eibsee




O visual do lago é incrível


E a vontade era passar o resto do dia ali


O verde das águas do Eibsse hipnotizam (e ver o lago do alto do Zugspitze deve ser a cereja do bolo)

Com patos nadando pelo lago, pinheiros dispostos pelas margens, o tom esverdeado da água e o silêncio em volta, a vontade era passar o resto do dia ali. Inclusive, bateu um enorme arrependimento de não termos ido com roupa de banho. Alguns visitantes aproveitavam para entrar na água do lago e, confesso, ficamos morrendo de inveja.

Portanto, se estiver indo visitar o lago durante o verão, considere ir preparado para entrar em suas águas. Há também pedalinhos e pequenos barcos ancorados que, pelo que percebemos, podem ser alugados. Mas, naquela tarde de junho, estavam indisponíveis. Acredito que por causa da frente fria que chegara à Alemanha exatamente naquele dia. De qualquer modo, a água do lago era apenas levemente fria e teria dado, tranquilamente, para entrar.

E pensar que não entramos nesta água





Pelo menos descansamos nossos pés no lago, enquanto minúsculos peixinhos nos faziam companhia


Sem esquecer a companhia da grande família de patos


Alugar um desses pedalinhos para seguir mais longe pelas águas do Eibsee deve ser um excelente programa

Os valores do aluguel em junho de 2018

Se o dia estiver aberto, considere subir ao topo do Zugspitze. Durante a subida, será possível ver todo o Lago Eibsse do alto e, lá de cima, você terá uma visão em 360 graus de todos os Alpes ao redor. Deve ser de tirar o fôlego. Há ainda uma parada estratégica do teleférico no glaciar da montanha (mesmo durante o verão). 

O teleférico do Zugspitze

Mas tenha em mente que a subida não é nada barata. Na época da nossa visita, estava em torno dos 50 euros (incluindo subida e descida). Para informações atualizadas sobre preço e horários de funcionamento de acordo com a época da sua visita, você pode acessar o site oficial do Zugspitze. Você verá, inclusive, que o ticket pode ser comprado online, mas não recomendamos: você terá que escolher uma data e, se o dia estiver nublado, você praticamente terá jogado seu dinheiro fora.  

Lembre-se de levar algum casaco consigo na subida, mesmo durante o verão. Afinal, você chegará a mais de 2900 metros de altura.

Além do Zugspitze e do Lago Eibsse, outros locais que você pode visitar próximos a Garmisch são: 

1. Oberammergau, cidade que também é famosa pelos afrescos em suas fachadas. Havíamos colocado no nosso roteiro, mas acabamos preferindo ficar nas margens do Lago Eibsse, até porque já havíamos conhecido Garmisch e acredito que Oberammergau não seria tão diferente.

2. Palácio de Linderhof, construído a mando do mesmo rei responsável pelo famoso Castelo de Neuschwanstein, Luis II da Baviera. Não tem a mesma imponência e fama do segundo, mas é uma visita encantadora e que vale muito à pena. Tanto que merece um post só para ele.


Ainda voltaremos ao Eibsee para tomar banho em suas águas (e para subir ao Zugspitze)





OBS:
1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.



2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio

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