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terça-feira, 21 de agosto de 2018

Dicas para visitar Ushuaia, o verdadeiro fim do mundo

Quantas vezes ouvimos alguém se referir a algum lugar como o Fim do Mundo? Embora, em geral, o termo seja pejorativo, há um local do planeta que se auto-intitula, realmente, como o Fim do Mundo. E isto se dá devido à sua proximidade com a Antártida. Afinal, Ushuaia (a pronúncia correta é "uçuaia" e não "uxuaia") é a cidade mais ao sul do planeta. Depois dela, só mesmo o continente gelado.

Ushuaia localiza-se na região mais ao sul da Patagônia, conhecida como Terra do Fogo. Esta, na verdade, trata-se de um arquipélago, cujo território é dividido entre Chile e Argentina, estando Ushuaia localizada neste último país, na costa sul da maior de todas as ilhas. Ao norte, a Terra do Fogo está separada do continente sul-americano pelo Estreito de Magalhães, descoberto pelo navegador português Fernão de Magalhães, durante o século XVI.

Visitar a Terra do Fogo é, portanto, ter contato com a história das navegações, ao mesmo tempo em que se pisa em uma inóspita região do planeta, caracterizada por terras geladas e, portanto, pouco povoadas.

Mas a geografia desta parte da Patagônia não se resume apenas à neve e gelo, especialmente, durante o verão, quando o branco fornece o lugar ao verde dos bosques e montanhas. Desta forma, a exuberante natureza que preenche os arredores de Ushuaia chama a atenção do turista, que corre para lá em busca das trilhas dos seus parques nacionais, da navegação pelo famoso Canal de Beagle, que banha a cidade, e do contato com a típica fauna local, representada por pinguins e leões-marinho.

Um dos principais símbolos de Ushuaia, o Farol Les Eclaireus


Mas, afinal, qual a melhor época para visitar Ushuaia?


Esta é uma questão bem relativa. Afinal, vai depender do que você procura. Se sua intenção é ver gelo e ter muito contado com a neve, incluindo estações de esqui, o melhor é viajar para lá durante o inverno do hemisfério sul. Mas prepare-se para o frio intenso e não esqueça suas roupas de frio na mala. No próprio centro da cidade, há lojas especializadas no aluguel de roupas e calçados adequados para neve.

Já se você quiser visitar Ushuaia no verão, terá contato com os bosques, montanhas e lagos livres da neve e, portanto, passará menos frio. Mas não se engane: você não sentirá calor e, mesmo nesta estação do ano, sua bagagem deve conter roupas de frio.

O ideal é se vestir em camadas, até porque durante as trilhas, no meio do dia, você pode sentir a necessidade de tirar o casaco mais pesado para se sentir mais confortável. Mas esqueça shorts, bermudas ou regatas. Afinal, a temperatura máxima média, no verão, é de 13 graus celcius apenas.

Mesmo no verão, há neve no pico das montanhas em torno de Ushuaia. E, como venta muito, a sensação térmica acaba caindo.

Também vale ressaltar que é, no verão, quando há a maior probabilidade de chuva em Ushuaia. E a chuva pode vir quando menos se espera. Aliás, o clima por lá tem uma grande variação. Em um minuto está fazendo sol e, no seguinte, tudo fica nublado e começa a chover. Mas, quando menos se espera, o céu se abre novamente. Portanto, não se desespere se o dia fechar. Há sempre esperança dele voltar a abrir.

E lembre-se de que, por lá, venta muito. E eu não estou exagerando. É muito vento, o que só contribui para reduzir a sensação térmica. Difícil era conseguir uma foto em Ushuaia com o cabelo no lugar. O vento patagônico não dá trégua.

Mas se você já sabe bem em que época quer visitar a cidade, pode estar se perguntando agora:

E como chegar a Ushuaia?


Sem dúvida, a melhor forma, considerando a distância do lugar para outros centros urbanos, é seguir para lá de avião. Ushuaia possui aeroporto internacional, com voos frequentes vindos de Buenos Aires, onde o brasileiro, provavelmente, fará conexão antes de seguir para o Fim do Mundo. 

Chegamos a Ushuaia de avião, após uma conexão em Buenos Aires

Há também voos diretos para Ushuaia saindo de El Calafate,  também na Argentina, ou de Punta Arenas, no Chile.

E se você está pensando que é impossível seguir para lá por terra, considerando que a cidade fica em uma grande ilha, engana-se. Embora exista o Estreito de Magalhães separando a Terra do Fogo do resto do continente, há serviços de balsa frequentes  atravessando tanto os veículos de  pequeno porte quanto os ônibus de passageiros através do estreito.

Balsa que faz a travessia de veículos e passageiros no Estreito de Magalhães


Sendo assim, você pode seguir para lá dirigindo (a rota 3 da Argentina, com final no Parque Nacional Tierra del Fogo, é famosa no país) ou de ônibus, uma vez que há linhas que ligam Punta Arenas, no Chile, a Ushuaia, em um trajeto de cerca de 8 horas e meia (o tempo varia de acordo com os minutos perdidos na travessia de balsa e nos processos de imigração). Caso queira seguir de ônibus de El Calafate, outra importante cidade da Patagônia Argentina, para Ushuaia, o tempo de trajeto será de quase 20 horas, provavelmente, fazendo conexão em Punta Arenas.

Placa indicando o final da Rota 3 no Parque Nacional Tierra del Fuego


Onde se hospedar em Ushuaia?


Para responder a esta pergunta, é preciso ter algo em mente: Ushuaia é uma cidade pequena, disposta nas margens do Canal de Beagle. No entanto, possui muitas ladeiras que vão ficando mais íngremes à medida que o terreno se afasta do canal.

Sendo assim, seja lá onde você se hospedar, não estará longe do centro. No entanto, quanto mais central você estiver, menos ladeiras terá que subir ou descer.

Três bons pontos de referência para procurar o seu hotel são a orla do Canal de Beagle e as Avenidas Maipu e San Mantin, as principais ruas do centro de Ushuaia. O preço das diárias, no entanto, nesta região, pode ser proibitivo para o seu bolso, como foi para o nosso.

Desta forma, acabamos lançando mão de uma cabana alugada pelo aplicativo Airbnb, cuja única desvantagem foi a localização na parte mais alta da cidade. Demorávamos apenas 15 minutos para chegar ao centro caminhando. Mas a subida ao final do dia era cansativa. Felizmente, a boa notícia é que o preço dos táxis por lá não são caros, de forma que mesmo um pouco distante do centro, você pode se dar a este luxo, especialmente, se estiver em mais de duas pessoas.

Da parte alta de Ushuaia, onde ficamos hospedados, víamos o centro e o Canal de Beagle lá embaixo.

No nosso caso, ainda tivemos a sorte dos nossos anfitriões serem um casal super prestativo que, não apenas nos pegou no aeroporto, como também se ofereceu para nos deixar e nos pegar no centro sempre que precisávamos. No entanto, ficamos sem graça de ficar os incomodando sempre e apenas em uma noite aceitamos a proposta.

E já que estamos falando em deslocamento, fica a pergunta:

Como se deslocar em Ushuaia?


Como a cidade é pequena e tem pouca coisa para se fazer dentro dela, seus pés serão suficientes. E se estiver hospedado mais distante do centro, o táxi resolverá o seu problema.

A questão maior, no entanto, é o deslocamento para os passeios nos arredores da cidade, que deve corresponder a uns 80% do que você irá fazer por lá. Lugares como o início da trilha para a Laguna Esmeralda e como Parque Nacional Tierra del Fuego estão mais distantes do centro, o que acabará acarretando valores mais altos das corridas de táxi.

Uma solução para isso são as vans turísticas que partem do centro de Ushuaia rumo às atrações da região. Elas saem da esquina da Av. Maipu com a Rua Juana Fadul (mesmo local do Terminal de Ônibus da cidade), em frente a um posto de gasolina da YPF. 

As vans seguem para um dos seguintes destinos: Parque Nacional Tierra del Fuego, Estação do Trem do Fim do Mundo, Laguna Esmeralda, Mirador de los Lagos e Laguna Turquesa. Os horários em que as vans partem para cada destino (assim como os valores cobrados) podem ser vistos na foto abaixo, mas esta informação atualizada pode e deve ser checada no Centro de Informações Turísticas de Ushuaia.

Horários de saída das vans turísticas do centro de Ushuaia para cada atração específica

Este é o Centro de Informações Turísticas de Ushuaia, localizado na orla da cidade, e onde você poderá checar os horários e valores das van s turísticas, assim como tirar todas as dúvidas que tiver sobre os passeios na região.

No entanto, estou dando estas opções para o caso de você querer fazer tudo por conta própria. Afinal, se você preferir tours guiados, estes têm ao monte por lá e já resolverá o problema "transporte". Só sairá mais caro. Na orla de Ushuaia, inclusive, você encontrará um conglomerado de quiosques pertencentes a várias agências de turismo da cidade (foi lá onde, por exemplo, reservamos nosso passeio pelo Canal de Beagle). Já na Avenida San Martín, você poderá encontrar os escritórios de várias  destas agências.

Quiosques de diversas agências de turismo com sede em Ushuaia, concentrados na orla da cidade, de frente para o Canal de Beagle. 

O Mapa mostra em destaque: a esquina da Av. Maipu de onde partem as vans turísticas, o Centro de Informações Turísticas e, ao lado deste, o local da orla onde ficam os quiosques das agências de turismo de Ushuaia.


Obviamente, se você estiver de carro alugado (há locadoras tanto no aeroporto quanto no centro da cidade), esta questão estará resolvida.

Onde fazer o câmbio em Ushuaia?

Uma dica que li bastante na internet antes da viagem foi: comprar pesos argentinos suficientes em Buenos Aires, já que não há casas de câmbio em Ushuaia.

O problema é que, ao chegar no Aeroparque na capital argentina já após a meia-noite, não havia nenhuma casa de câmbio aberta e assim permaneceu até nosso voo seguir para o Fim do Mundo. Resultado: chegamos à cidade sem pesos argentinos e achando que não conseguiríamos onde comprar.

E, no aeroporto de Ushuaia, realmente, não havia onde comprar os pesos. Felizmente, logo no início da nossa caminhada pela cidade, demos de caro com uma casa de câmbio que nos pareceu ser a única por lá (pense na sorte! E no alívio).

Esta casa de câmbio fica localizada ao lado da entrada do Hotel Antártida Argentina, na rua Pres. Bernardino Rivadavia, número 172 e parecia ser um estabelecimento novo. Portanto, fica ainda o alerta para tentar já trocar os pesos antes de se chegar à cidade, já que não temos como saber se a casa de câmbio permanecerá aberta por muito tempo.

Foto do Hotel Antartida Argentina. Está vendo uma entrada em azul? É lá a casa de câmbio.


E, finalmente:

O que fazer durante o verão em Ushuaia?

Como a cidade em si tem poucos atrativos, o ponto alto da viagem à cidade do Fim do Mundo é a natureza e as atividades nos seus arredores. Como visitamos a região durante o verão, vamos nos restringir às atividades desta época do ano.

Aqui, iremos resumir que atividades são estas, mas cada atração que fizemos ganhará um post individual com mais detalhes sobre a nossa experiência.

1. Glaciar Martial: montanha onde funciona uma estação de esqui no inverno, mas que é visitada, no verão, por aqueles que querem ter contato com a natureza, avistar Ushuaia e o Canal de Beagle do alto, e fazer trilhas. No início da trilha, onde fica o estacionamento, localiza-se uma charmosa casa de chá (La Cabaña Casa de Té), onde o turista pode tomar um café ou um chá e comer tortas que enchem os olhos, antes ou após a caminhada pelo cerro.

Trilha pelo Glaciar Martial no verão

2. Passeio de barco pelo Canal de Beagle: dura cerca de 6 horas e leva o turista até o famoso farol símbolo de Ushuaia (o Les Eclaireus) e a ilhas onde é possível ver, a partir do barco, animais típicos da fauna local, como cormorões (uma ave que, de longe, parece pinguins), leões-marinho e pinguins.

A ilha dos leões-marinho vista durante nosso passeio de barco pelo Canal de Beagle


3. Caminhada com pinguins na Pinguinera: corresponde à navegação citada anteriormente acrescida da possibilidade de descer na ilha onde se encontram os pinguins, conhecida como Isla Martillo (ou Pinguinera). O turista chega bem próximo às aves e, por isso mesmo, não quis fazer o passeio. Posso estar enganado, mas fico angustiado só de pensar que este contato tão próximo possa prejudicar, de alguma forma, os pinguins. Prefiro deixá-los em paz. Mas, se você se interessar pelo passeio, a PiraTour é a única agência autorizada a realizá-lo, dura cerca de 8 horas e não é nada barato.

Enquanto apreciávamos os pinguins do barco, vimos o grupo de turistas que escolhera fazer a caminhada pela Pinguinera


4. Parque Nacional Tierra del Fuego: uma das principais atrações da Ushuaia, a enorme reserva ecológica disponibiliza uma série de trilhas em meio à natureza para os turistas. Além disso, lá é possível receber um carimbo de "Fim do Mundo" no seu passaporte e ver a placa que marca o final da Rota 3. O ideal é reservar um dia inteiro para ficar no parque, especialmente, se você escolher uma trilha mais longa para fazer. Optamos pela trilha 2, conhecida como Senda Costanera, com cerca de 8 Km de extensão e, embora cansativa, nos ofereceu momentos e paisagens incríveis. 

Quem quer carimbar o passaporte no Fim do Mundo? Custa apenas 3 dólares.



Fazendo a trilha 2 no Parque Nacional Tierra del Fuego


5.  Passeio no Trem do Fim do Mundo: o trem estilo Maria-Fumaça sai da Estação do Fim do Mundo, já próximo à entrada do Parque Nacional Tierra del Fuego e percorre um trecho que era feito pelo antigo trem que levava os presos de Ushuaia para seu local de trabalho (afinal, a cidade já foi sede de um importante presídio na Argentina). Não fizemos o passeio por não achar que valia o alto valor cobrado.

O Trem do Fim do Mundo


6. Trilha até a Laguna Esmeralda: trilha de dificuldade intermediária que leva o visitante até uma belíssima laguna, cuja água de cor verde-esmeralda faz todo o trajeto valer à pena. Nada se paga para acessar a trilha, que pode ser, tranquilamente, feita sem guia, já que é bem demarcada. Gastamos cerca de 4 horas e meia para ir e voltar. Mas dizem que o tempo médio é de 3 horas. Para vocês perceberem o quanto somos preparados para trilhas.

A bela Laguna Esmeralda


7. Trilha até a Laguna Turquesa: envolve uma subida de cerca de uma hora até uma bela laguna. Teríamos feito este passeio se tivéssemos tido um dia a mais em Ushuaia.

8. Trilha até a Laguna de los Tempanos e Glaciar Vinciguerra: passeio que costuma tomar o dia inteiro e considerado de dificuldade alta. Portanto, esteja fisicamente preparado se quiser realizá-lo. Não era o nosso caso.

9. Passeio de 4x4 até os Lagos Escondido e Fagnano: este passeio será difícil fazer por conta própria, já que exigirá a ida em um 4x4. As agências da cidade, no entanto, costumam oferecer o passeio.

10. Sobrevoos de helicópteros: as agências oferecem este tipo de tour, variando o tempo de sobrevoo e a parte da região que será sobrevoada (a cidade em si ou áreas nos arredores, como a Laguna Esmeralda). Como temos medo de altura, não nos interessamos nem um pouco por esta aventura.

11. Museu do Fim do Mundo: museu que conta um pouco da história da região.

12. Museu Marítimo e do Presídio: localizado no antigo presídio local, conta um pouco da história dos prisioneiros e da navegação em Ushuaia.

O Museu Marítimo e do Presídio de Ushuaia

Como deve ter dado para perceber, há muito o que se fazer na região de Ushuaia. Mas, dependendo da quantidade de dias que você tiver disponível, terá que priorizar alguns passeios levando em consideração não apenas o seu tempo mas também o seu bolso e o seu condicionamento físico.

A trilha pelo Cerro Martial e pela Laguna Esmeralda, por exemplo, são gratuitas. O Parque Nacional Tierra del Fuego é uma das principais atrações da região e, dificilmente, você o deixará de fora, mas, provavelmente, tomará um dia inteiro. O passeio pelo Canal de Beagle também é um clássico, mas vale ressaltar que são 6 horas dentro do barco, não gastando-se mais do que 30 minutos para ver tudo que é do interesse do visitante. O passeio de 4x4 e o sobrevoo exigirão mais do seu bolso.

Nós tivemos 3 dias em Ushuaia e, baseando-se nos nossos interesses, bolsos, disposição física e tempo, dividimos, assim, o nosso roteiro:

Dia 1: passeio pela cidade e trilha pelo Cerro Martial

Dia 2: trilha até a Laguna Esmeralda e passeio de barco pelo Canal de Beagle (ficou bem corrido chegar a tempo no píer de onde sai o barco e não acho que tenha sido uma boa ideia, mas não imaginamos que iríamos gastar bem mais tempo na trilha do que o normal).

Dia 3: Visita ao Museu do Fim do Mundo e ao Parque Nacional Tierra del Fuego (onde passamos todo o restante do dia).

Nossa ideia inicial era utilizar agência apenas para o passeio de barco, porque, nesse caso, não tem como fugir. Para o Cerro Martial seguiríamos de táxi e para a Laguna Esmeralda e o parque Nacional Tierra del Fuego, utilizaríamos as vans turísticas citadas acima.

No entanto, os anfitriões que nos hospedaram ofereceram nos levar a todos estes locais, cobrando um valor que acabou saindo mais barato do que se tivéssemos utilizado o táxi e as vans. Portanto, fechamos com eles o que acabou facilitando nossas vidas, por nos permitir uma maior flexibilidade de horários. Acabou sendo uma mão na roda, a nossa hospedagem com eles.

Só ficávamos cheios de vergonha sempre que os encontrávamos ao final das trilhas com mais de uma hora de atraso do horário que havíamos combinado. Eles não imanavam que seríamos tão lentos (nem nós mesmos). Engraçado que, mesmo no último dia, eles continuavam depositando fé em nós e considerando que faríamos a trilha no tempo médio.

Mas o que importa é que, lentos ou não, ao final, conseguimos fazer e conhecer, em 3 dias, tudo que havíamos planejado. E, mesmo eu saindo com uma enorme dor nas costas, Técio com o joelho destruído e nossa amiga, que nos fez companhia nesta viagem, sem a unha do dedão, valeu à pena!

Amamos conhecer Ushuaia



OBS:
1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.

2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio

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