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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Passeio de um dia em Cracóvia: centro histórico e Castelo de Wawel

Chegamos a Cracóvia no dia 10 de novembro de 2015, no início da manhã, vindos de trem noturno a partir de Praga (como explico neste post). E logo a primeira imagem que tínhamos da Polônia em nossas mentes se confirmou: dia nublado e muito frio. E para piorar, começou a chover logo depois que deixamos nossa bagagem no hotel e que saímos caminhando em direção ao centro histórico. Chovia, ventava e, assim, experimentávamos o dia mais frio durante nossa viagem pela Europa.

Começamos seguindo o roteiro (ver aqui) que eu havia organizado com antecedência e que se encaixava perfeitamente com a localização do nosso hotel. Primeira parada: o Barbakan e o Portão de Florian, localizados bem próximos um do outro e em uma grande praça que contorna todo o centro histórico de Cracóvia.

Uma Barbakan era uma espécie de fortificação localizada fora das muralhas da cidade antiga, que funcionada como posto de defesa. No passado, havia uma passagem  interligando o Barbakan ao Portão de Florian, de forma que, para passar por este último, que correspondia a uma das entradas para a cidade, era preciso passar antes pelo primeiro. Construído no século XV, o Barbakan de Cracóvia ainda é extremamente bem conservado e abriga um museu no seu interior, mas que, infelizmente, encontra-se fechado nos meses mais frios.

Barbakan




Seguimos, então, para o Portão de Florian, torre antiga que fazia parte da muralha da cidade. Basta atravessar o portão e você já se encontra no centro histórico de Cracóvia, mais exatamente na rua Florianka.

Portão de Florian

Já dentro do centro histórico


Pela rua Florianka, a caminho da Praça do Mercado. Torres da Igreja de Santa Maria ao fundo

Seguimos, então, por esta rua, que, aquela hora da manhã, ainda estava com a maioria das lojas, restaurantes e cafés fechados, saindo direto no coração de Cracóvia: a Praça do Mercado ou Rynek Glówny (importante ter os nomes em polonês anotados para não correr o risco de se perder nos mapas da cidade). Esta é a maior praça medieval da Europa, considerada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, e um ponto de referência importante não apenas para os turistas mas também para a própria população de Cracóvia. Um ambiente cercado por restaurantes e cafés. O local de encontro da juventude polonesa nas noites de Cracóvia. Uma área simbólica onde os habitantes da cidade comemoram datas importantes da sua história, como o dia da Independência da Polônia, que seria comemorado no dia seguinte aquele em que passeávamos pela cidade.

Praça do Mercado


A esta altura, a chuva voltou mais forte e, ao chegar à área aberta da praça, o vento se intensificou e a sensação térmica diminuiu ainda mais. Solução: corremos para dentro de um café, o Costa Coffee, uma espécie de concorrente do Starbucks. Pausa para se aquecer. Esta praça, aliás, é cercada por inúmeros cafés e restaurantes, correspondendo a um ambiente agradável para uma de suas refeições ou apenas para uma pausa para um café.

Com a chuva dando um pouco de trégua, foi possível sair de volta para a praça que conta com inúmeras atrações:

1. A Igreja de Santa Maria, que chama a atenção pela enorme discrepância arquitetônica e de tamanho entre suas duas torres principais (uma lenda polonesa tenta explicar esta peculiaridade da igreja. Falo sobre isto neste post). Aproveitamos para ouvir o toque de trompete que ocorre a cada passagem de hora e que é subitamente interrompido, seguindo-se a lógica da lenda que justifica tal tradição (também falo sobre esta lenda neste post. Adorei estas lendas polonesas. Tornou o passeio mais lúdico). Mas apure bem os ouvidos. O toque ocorre em um volume baixo (uma vez que é gerado por um trompetista de carne e osso) e, se você estiver distraído, pode não ouvi-lo. O interior da igreja pode ser visitado ao custo de 10 PLN em qualquer época do ano, mas sua torre mais alta (a torre de Santa Maria) só pode ser acessada de 1 de abril até 31 de outubro.

Igreja de Santa Maria



As duas torres completamente diferentes da Igreja de Santa Maria

2. Sukiennice (ou Cloth Hall), um belo prédio de dois andares, localizado no centro da praça e, no interior do qual, funciona uma espécie de feira de souvenirs e de artigos católicos. Na sua parte externa, funcionam ainda alguns restaurantes e lojas maiores de souvenir. Já no seu primeiro andar, funciona uma galeria de arte, que abriga obras de importantes artistas poloneses.

Sukiennice

Pelos corredores externos da Sukiannice

Mercado de souvenirs no interior da Sukiannice


3. Town Hall Tower (ou Wieza Ratuszowa), um dos marcos da Praça do Mercado, corresponde a um remanescente da antiga prefeitura da cidade. Localiza-se vizinha ao Cloth Hall no lado contrário à Igreja de Santa Maria. É possível subir na torre, exceto nos meses de janeiro e fevereiro, a um custo de 8 PLN.

Town Hall Tower



4. Eros Bendato, uma escultura de bronze, também conhecida como "The Head", do artista polonês Igor Mitoraj, localizada ao lado da Town Hall Tower.

Eros Bendato


5. Igreja de São Adalberto, uma igreja bem menor do que a de Santa Maria, mas com mais de mil anos de idade.


A pequena Igreja de São Adalberto, no centro da foto


Após apreciar a Praça do Mercado e suas atrações e também comprar alguns souvenirs no Cloth Hall (não resisto nunca!!), seguimos em direção à Universidade Jaguelônica, antes de prosseguir até o Castelo de Cracóvia (ou Castelo de Wawel). Considerada um importante centro de estudo da Europa Central, não tem muito o que se ver na universidade em si, exceto uma estátua de um dos seus mais famosos alunos: Nicolau Copérnico. Aqui também, foi onde estudou o Papa João Paulo II, um dos filhos da cidade do qual seus habitantes mais se orgulham.

Caminhando até a Universidade Jaguelônica


Na Universidade Jaguelônica. Não faço a menor ideia de quem esta estátua representa



Estátua de Nicolau Copérnico


Seguimos, então, o mapa até o Castelo de Wawel, passando pela rua Kanonicza, famosa por albergar a casa onde morou João Paulo II. Para quem não quiser passar direto, a casa é uma pintada de amarelo e situada à direita no sentido de quem segue para o castelo. Mas, dificilmente, você não verá o local, já que, na fachada do mesmo, costuma ter um grande cartaz com a foto do famoso Papa. Segundo li, a cidade, extremamente católica, entrou em festa quando a canonização do seu amado Papa foi anunciada pelo Vaticano.

Casa onde viveu João Paulo II, na rua Kanonicza


A rua Kanonicza acaba exatamente no local de acesso ao castelo (não tem como se perder). Este se localiza em cima do Monte Wawel e, obviamente, é preciso subir uma ladeira para acessá-lo. A subida vai dar diretamente na primeira construção do complexo do castelo: a Catedral de Cracóvia, em frente da qual se encontra uma estátua do Papa João Paulo II. Toda a área externa do Castelo pode ser visitada sem custo algum e permite uma visão do Rio Vístula, às margens do qual, o castelo foi construído.

Subindo até a entrada do complexo do Castelo de Wawel

Estátua do Papa João Paulo II, em frente à Catedral, logo na entrada do castelo

Lateral da Catedral



Pelo Castelo de Wawel








Rio Vístula





Algumas áreas do interior do castelo podem ser, no entanto, visitadas, havendo diferentes tipos de tour ou exposição. Para cada tipo de tour, há um valor específico, não havendo um tipo de ingresso combinado para todos. Ao todo, são 5 tipos de exibições permanentes: State Rooms (18 PLN), Royal Private Apartments (25 PLN), Crown Treasury and Armoury (18 PLN), Oriental Art (8 PLN) e The Lost Wawel (10 PLN). Os valores citados são válidos para os meses de alta temporada (de abril a novembro), sendo mais barato (cerca de 2 a 3 PLN a menos) nos demais meses do ano. Os horários de funcionamento variam de acordo com o dia da semana e o mês do ano. Portanto, recomendo que cheque tal informação no site oficial do castelo, considerando a data exata da sua viagem.

Mas uma das coisas mais interessantes relacionadas ao Castelo é a lenda polonesa que conta que, abaixo do Monte Wawel, viveu um terrível dragão que aterrorizou o reino do rei Krak (conto esta divertida lenda neste post). Não à toa, a figura do dragão parece estar tão presente na cidade. Você logo verá que há dragões de todos os tipos para vender, de pelúcia, de madeira, de cristal, de metal. Tem dragão para todos os gostos. Além disso, é possível visitar os túneis abaixo do monte que, segundo a lenda, formavam a Gruta do Dragão. Infelizmente, a gruta se encontrava fechada no mês de novembro (ela só está aberta para visitação de abril até outubro). No entanto, foi possível visitar a estátua do dragão localizada nos pés do monte, às margens do rio Vístula.

Para encontrar a estátua, você deve descer a ladeira localizada atrás do castelo (no lado exatamente oposto à ladeira pela qual você subiu o monte a partir da rua Kanonicza). Após descer a ladeira, basta seguir o sentido oposto, margeando o pé do monte, na beira do rio Vístula, que você encontrará o terrível Dragão de Wawel. O divertido é que a estátua solta fogo a cada cinco minutos. Mas, se não quiser esperar este tempo, e tiver um celular funcionando, basta mandar um SMS com o texto SMOK para o número 7168 que o dragão cuspirá fogo (não sei se funciona, pois não tinha um chip funcionando para fazer o teste).

Acesso à ladeira que o levará para a área externa do castelo, a caminho da estátua do dragão





Dragão de Wawel


Terminava aqui, a primeira parte do nosso dia em Cracóvia. Havíamos caminhado um pouco pela história da cidade e se divertido com suas lendas. A chuva havia passado. E, agora, poderíamos seguir para a mais difícil parte do nosso roteiro: o Guetto Judeu e a Fábrica de Schindler, locais repletos de tristes memórias, de uma época que, felizmente, ficou no passado, mas cujas cicatrizes ainda é possível observar. Mas isto é assunto para o próximo post.


PARA SE PLANEJAR:

1. Barbakan

Horário de funcionamento: diariamente das 10:30 às 18h de abril à outubro (não abre na segunda segunda-feira de cada mês). Fechado nos demais meses do ano. 
Entrada: 8 PLN
Como chegar: a pé a partir da praça do Mercado ou de tram descendo na estação Basztowa (números 2, 3, 4, 7, 13, 14, 15, 20 ou 24)

2. Igreja de Santa Maria

Horário de funcionamento: diariamente das 11:30 às 18h, exceto aos domingos, quando abre para visitação turística das 14 às 18h. A torre da igreja pode ser visitada das 9:10 às 17:40, com subidas a cada 30 minutos e uma pausa das 11:30 às 13:10h, nos meses de abril a outubro (fechada entre novembro e março).
Entrada: 10 PLN (o tour até a torre custa 15 PLN)
Como chegar: estando na Praça do Mercado, a Igreja de Santa Maria é, facilmente, acessada

3. Galeria de Arte do Sukiannice

Horário de funcionamento: de terça a sábado das 10 às 18h e, aos domingos, das 10 às 16h (fechado às segundas)
Entrada: 14 PLN
Como chegar: localiza-se no centro da Praça do Mercado

4. Town Hall Tower

Horário de funcionamento: diariamente das 10:30 às 18h (de abril a outubro), das 10:30 às 17h (em março), e das 12 às 18h (em novembro e dezembro).
Entrada: 10 PLN (o tour até a torre custa 15 PLN)
Como chegar: estando na Praça do Mercado, a torre é, facilmente, acessada

5. Castelo de Wawel

Horário de funcionamento: o funcionamento das áreas internas do castelo varia de acordo com o tipo de exibição, o dia da semana e o mês do ano. Checar no site oficial.
Entrada: varia de acordo com o tipo de exibição e o mês do ano. Checar no site oficial. Andar pela área externa do complexo do castelo é gratuito.
Como chegar: a pé, a partir da praça do Mercado, ou de tram, descendo na estação Wawel (números 3, 6, 8, 10, 18, 19 ou 40).

6. Gruta do Dragão

Horário de funcionamento: varia de acordo com o mês do ano. Checar no site oficial. Fechado nos meses de novembro até março.
Entrada: 3 PLN 
Como chegar: a pé, a partir da praça do Mercado, ou de tram, descendo na estação Wawel (números 3, 6, 8, 10, 18, 19 ou 40).


OBS:
1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.

2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio





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