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segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Visitando o Palácio e os Jardins de Versailles

Presente no imaginário de milhões de pessoas ao redor do mundo, o Palácio de Versailles (e os seus jardins) é, hoje, uma das atrações mais visitadas da França, ficando, diariamente, lotada de turistas que querem ver pessoalmente um dos maiores símbolos da antiga monarquia francesa. Dos eventos que desencadearam a Revolução Francesa à assinatura do famoso Tratado de Versalhes ao fim da Primeira Guerra Mundial, o palácio se tornou um marco na história do mundo ocidental.

Palácio de Versailles

E é fácil entender, diante do luxo que o palácio e os seus jardins, até hoje, representam, a revolta que tomou conta da população empobrecida de Paris. Construído a partir de uma antiga casa de caça a mando do rei Luís XIII (que visitava Versailles apenas com o objetivo de caçar em seus bosques), o monarca deu ao palácio toda pompa necessária para simbolizar, na nova residência da família real, o absolutismo da monarquia francesa. Ao mesmo tempo que mostravam sua força imperial ao mundo através de um imponente e luxuoso palácio, se afastavam dos problemas ordinários que assolavam Paris (muito fácil "governar" longe do povo).


Jardins de Versailles

O que Luís XIII não esperava é que tanto luxo só serviria para revoltar ainda mais a população de Paris que, no futuro, acabaria invadindo e expulsando seu descendente, Luís XVI (e sua esposa, a famosa Maria Antonieta) do palácio. Felizmente, a ideia de alguns revolucionários que pretendiam destruir aquele símbolo da monarquia foi renegada pela maioria, possibilitando que, atualmente, milhões de viajantes possam visitar um lugar de tanto valor histórico.

E esta visita pode ser dividida em duas partes: o passeio pelo interior do palácio e a visita aos incríveis jardins do mesmo. Os dois passeios são independentes entre si, podendo ser realizados na ordem que você desejar (mais sobre isso adiante). Além disso, enquanto a entrada no palácio é dependente da compra do ingresso, a visitação aos jardins é gratuita. 

Nas terças, sábados e domingos (de abril a outubro), ocorre um show musical nas fontes dos jardins. Não cheguei a ver este show, mas tenho minhas dúvidas se, realmente, vale à pena. E, se você não fizer questão de assisti-lo, recomendo fortemente que você evite visitar Versailles nestes dias, por dois motivos óbvios: são dias com maior lotação de turistas e com um valor mais alto do ingresso.

Nos jardins, ainda é possível visitar dois palacetes adicionais (com custo adicional, claro): o Grand Trianon e o Petit Trianon, tendo sido, este último, residência exclusiva de Maria Antonieta, até sua expulsão de Versailles pelos revolucionários durante a Revolução Francesa, que a guilhotinaram em Paris (como já falei neste post).

Mas vamos ao que interessa: as dicas práticas para se visitar o palácio. Já fiz um post inteiro só para explicar como chegar em Versailles partindo de Paris de trem. Abaixo, darei detalhes sobre outros aspectos da visita:

Como comprar o ingresso do Palácio de Versailles

A primeira coisa que você precisa saber é que existe mais de um tipo de ingresso:

1. Passport: dá direito a visitar o palácio e o Grand e Petit Trianon. Custa 18 euros, mas nos dias de terças, sábados e domingos, como falei acima, o valor é mais alto: 25 euros.

2. Palace ticket: dá direito apenas à visita ao palácio (lembre que o acesso aos jardins é gratuita) e custa 15 euros. Foi o que escolhemos.

3. 2-day-passaport: esta é a opção para quem quer reservar dois dias para visitar as atrações do palácio com calma sem pagar o dobro. Custa 25 euros (30 euros, se você incluir terça, sábado ou domingo na visita).

4. Trianon Palaces and Marie-Antoinette´s Estate ticket: exclusivo para a visitação dos palacetes dos jardins, excluindo o próprio palácio. Custa 10 euros.

Todos os ingressos dão direito ao áudio-guia, inclusive em português.

Para comprar o ticket você tem duas opções: comprar online no website oficial ou deixar para comprar no local. Sem dúvidas, recomendo a primeira opção para fugir das filas. Como falei no início, o Palácio de Versailles é uma das atrações mais visitadas da França. Tudo que você puder fazer para fugir das filas e da lotação é válido.

E você não paga nada a mais comprando o ingresso online, com antecedência. Basta escolher o tipo de ingresso no site, clicar em book online e seguir os passos, escolhendo uma data e imprimindo os tickets que devem ser apresentados no dia da visita.

Se preferir deixar para comprar no dia, mostro no mapa abaixo a localização exata do local onde funciona a bilheteria. Após atravessar os portões do palácio, o prédio onde se compra os tickets fica exatamente à sua esquerda, no grande pátio de entrada. No mesmo prédio, há banheiros e conexão WiFi gratuita.

Imagem retirada do website oficial do Palácio de Versailles. A seta vermelha indica o portão de acesso ao pátio de entrada. O prédio localizado à esquerda do pátio é onde se encontra a bilheteria.

Atravessando os portões que dão acesso ao palácio


No grande pátio de entrada. À esquerda de quem entra, está o prédio onde se localiza a bilheteria.

A visita mesmo só começa do outro lado destes portões, após a apresentação do ingresso




Uma vez com o ticket em mãos, basta seguir até o local de acesso ao interior do palácio, como mostrado no mapa abaixo:

Imagem retirada do website oficial do Palácio de Versailles. A letra A indica o local de acesso ao interior do palácio. A seta para cima ao lado da letra A indica o acesso para os jardins.

O que visitar primeiro? O palácio ou os jardins?

Acredite: quando se fala que o interior do palácio fica lotado não é brincadeira. E sua experiência pode ser completamente atrapalhada pela multidão. Para fugir disto,você tem duas opções:

1. Chegar bem cedo a Versailles (praticamente na hora de abertura do palácio) e, assim, visitar primeiro o interior do palácio (uma vez que, ainda cedo, há poucos turistas e os ônibus de excursão vindos de Paris ainda não chegaram). seguindo para os jardins, onde você pode ficar até hora que der vontade de ir embora.

2. Começar a visita pelos jardins e deixar o palácio para ser visitado apenas após as 15 horas, quando já não há tanto turista passeando por seu interior.

Seguimos a primeira opção e foi uma excelente escolha. Percorremos os aposentos com toda calma necessária e com uma quantidade de turistas que não chegava a atrapalhar e depois seguimos para os jardins, onde ficamos e aproveitamos até bater a vontade de ir embora.

Como é a visita aos aposentos do Palácio de Versailles?

Embora possa não parecer pelos mapas acima, o Palácio de Versailles é enorme. Obviamente, no entanto, nem tudo no seu interior é aberto à visitação. Para ser mais exato, acredito que nem metade do palácio é aberta ao visitante.

Mesmo assim, é muita coisa para se ver no seu interior, especialmente, se você fizer questão de ouvir o áudio-guia inteiro (confesso que não temos paciência para tanto).

Os aposentos e salões visitados se localizam tanto no andar térreo como no primeiro andar e são eles: a Capela Real (que se estende pelos dois andares), a Galeria da História do Palácio (no andar térreo), os aposentos das filhas do rei Luís XV - the Mesdames´ apartments (no andar térreo), os aposentos do rei e da rainha (no primeiro andar), o Salão dos Espelhos (no primeiro andar) e a Galeria das Batalhas (no primeiro andar).

Logo após o acesso ao interior do palácio você atravessa o Pátio Real que fica exatamente de frente para os aposentos do rei (que você visitará no primeiro andar), tendo a chance de parar, ainda ao ar livre, para apreciar a bela arquitetura da fachada do palácio.

Imagem retirada do website oficial do Palácio de Versailles. Trajeto que se percorre assim que acessa o palácio, atravessando o Pátio Real em direção ao interior pelo lado contrário, onde já se chega à Capela Real (seta preta)

Iniciando a visita no Pátio Real






Aqui, no primeiro andar, ficavam os aposentos do rei





A primeira parada no interior do palácio é na Capela Real, vista já do andar térreo (no primeiro andar você terá a chance de rever a capela do ponto de vista do rei). Não é possível entrar na capela. A Galeria da História do Palácio fica logo depois e, como o nome diz, conta um pouco da história do lugar, incluindo a sua construção. Um vídeo em 3D é nos mostra os primórdios do prédio desde quando ele não passava de uma casa de caça. Confesso que não ficamos muito tempo nesse salão.

Imagem retirada do website oficial do Palácio de Versailles, ressaltando a localização da Galeria da História do Palácio.

Capela Real vista do andar térreo


Seguindo pelo corredor do andar térreo, vê-se várias estátuas o adornando. Pausa para fotos, claro!

Corredor cheio de estátuas

Subindo ao primeiro andar

Obra de arte no caminho

Mais estátuas



A rota a ser seguida não tem muita escolha. O caminho é pré-determinado, devendo-se seguir a ordem já estabelecida. Após o corredor de estátuas, sobre-se a escadaria em direção ao primeiro andar e segue-se o corredor em direção aos aposentos reais, passando pela porta que dava acesso ao camarote do rei na Capela Real. À medida que nos aproximamos dos aposentos reais, a pompa e o requinte vão aumentando. Portas com adornos dourados (ouro?), enormes tapeçarias pintadas, paredes com incríveis obras de arte, tetos com belas pinturas.

Muita pompa

Porta dos aposentos reais

Uma obra de arte aqui, uma pintura no teto ali. Algo simples!

E essa lareira?

E essa pintura no teto do salão de recepção do rei?? Representa a chegada de Hércules no céu (muitas das pinturas fazem referência à mitologia grega)



Sempre que visito estes palácios fico me perguntando porque a monarquia precisa de tantos aposentos. É quarto para se vestir, quarto para dormir, quarto para receber visitas, quarto para não fazer nada. Haja aposento. E pensa que qualquer um deles é menos pomposo do que o outro? Difícil dizer qual tem a mais bela pintura, embora o excesso acabe  enchendo demais a nossa visão de informações. 

O quarto do rei (um dos, né?)

Aqui, a pintura no teto é dedicada a Marte, deus da guerra






Ajacente aos aposentos reais, está o meu salão preferido em todo o palácio: o Salão dos Espelhos. Foi aqui que foi assinado, em 1919, o Tratado de Versailles, que selou a paz que findou a Primeira Guerra Mundial, ao mesmo tempo que impôs inúmeras retaliações à Alemanha, ironicamente, predispondo à insatisfação que contribuiu para a ascensão do Nazismo e para o estopim da Segunda Guerra Mundial. Ou seja, além de estar em um salão belíssimo, com seu teto dourado, seus espelhos e lustres e com janelas com vista para os jardins, você está pisando em um local de grande importância histórica para a humanidade.

Salão dos Espelhos









Imagem retirada do website oficial do Palácio de Versailles, mostrando os principais aposentos do primeiro andar. Perceba em evidência o Salão dos Espelhos, cujas janelas dão para os jardins. Em frente a ele, estão os aposentos do rei, cujas janelas dão para o Pátio Real, por onde iniciamos a visita. Antes de se chegar ao Salão dos Espelhos, está marcada a Capela Real e após, vê-se marcados os aposentos da rainha e a magnífica Galeria das Batalhas, ao final do tour pelo primeiro andar.

Saindo do Salão dos Espelhos, você continua o passeio pelos aposentos da rainha, terminando em outro imponente salão, a Galeria das Batalhas, com enormes obras de arte dispostas em suas paredes retratando o que seriam as "glórias da França". Incrível!

Galeria das Batalhas








Ao final, você pode, então, seguir para os aposentos das filhas do rei Luís XV, saindo depois para os jardins, caso já não os tenha percorrido antes.

Como é a visita aos Jardins de Versailles?


O palácio pode ser grande, mas os Jardins de Versailles são enormes!! No melhor estilo francês, que se caracteriza pela simetria, os jardins são belíssimos e bastante agradáveis. Com áreas repletas de plantas formando desenhos geométricos, com árvores milimetricamente aparadas, bosques a perder de vista, fontes e estátuas, corredores arborizados e um grande canal central, onde as pessoas podem navegar com barcos a remo, os jardins encantam qualquer turista.

E, para percorrer tudo, saiba que você andará bastante. Mas caso faça o estilo mais sedentário ou esteja impossibilitado e tenha dinheiro para gastar, você pode alugar um veículo elétrico por 32 euros a hora. Há também um mini-trem no valor de 7,50 euros que vai até o Petit Trianon (o ponto de interesse mais distante dos jardins).

Perceba no mapa o tamanho dos enorme dos Jardins de Versailles. Obviamente, não percorremos tudo, sendo o Le domaine de Marie-Antoinette a área mais distante do palácio onde chegamos.

Entrando nos Jardins de Versailles
























Nós preferimos explorar os jardins caminhando, aproveitando cada momento. Infelizmente, o clima estava chuvoso e, embora não estivesse chovendo no momento em que começamos o passeio, a grama estava toda molhada, ou seja, impossível ficar sentado contemplando o ambiente. Aliás, um dos meus locais preferidos para fazer isso é às margens do Grande Canal, de onde você tem uma ótima vista do caminho que foi percorrido a partir do palácio, enquanto aprecia os cisnes e as pessoas remando pelo canal.

Chegando ao Grande Canal






Aliás, às margens do Grande Canal, é possível fazer uma parada estratégica para o almoço no restaurante La Flotille. Pensou que não tinha onde comer nesse lugar gigante? A localização do restaurante foi estratégica para o nosso roteiro. Afinal, após percorrer os aposentos do palácio e caminhar pelos jardins até o Grande Canal, já era mais de meio-dia e a fome já dava as caras. A comida estava ótima e o preço não era tão alto como imaginamos que seria (obviamente, deixar para comer na cidade, fora do palácio, deve ser mais barato, mas, àquela altura, a fome não dava mais para esperar). Além disso, o creme brulée que pedimos de sobremesa (primeira vez que experimentamos a iguaria francesa) estava divino, o melhor que comemos na França.

Creme brulée


Mais próximo ao palácio, há também um café, o Le Grand Café d´Orléans, mas não chegamos a experimentar.

Com as energias recarregadas, seguimos para a parte mais distante dos jardins, onde se localizam o Grand e o Petit Trianon.



A caminho dos palacetes. Olha lá um dos veículos motorizados que podem ser alugados para percorrer o jardim


O Grand Trianon foi construído a mando do rei Luís XIV para servir de refúgio para a família real. Realmente, deve cansar morar em um local com as dimensões do palácio. Entendo demais o rei querer um local menor para servir de refúgio. Não tivemos o interesse de conhecê-lo por dentro. O mesmo abre do meio-dia às 18:30h de abril a outubro e do meio-dia às 17:30h no restante do ano. E lembre-se de escolher o ticket certo, como explicado acima.

O Grand Trianon






Por fim, chegamos ao Petit Trianon, cuja construção teve o objetivo de servir de residência para a amante do rei Luís XV. Mas sua real fama veio posteriormente, já que serviu de moradia para a futura nora do rei, a famosa Maria Antonieta, casada com Luís XVI. A seu mando, construções que remetiam a um vilarejo francês foram construída em torno do Petit Trianon, numa provável tentativa da rainha de se sentir no interior do país. Também não quisemos entrar. O horário de abertura é semelhante ao do Grand Trianon.

O Petit Trianon (a casa de Maria Antonieta)


Construções simulando uma aldeia francesa na vizinhança do Petit Trianon




Destaque para a fachada rosa dos dois palacetes e, claro, para o verde que contorna os dois, permitindo uma agradável caminhada para admirar as duas construções (do palácio até os trianons são cerca de 30 min de caminhada). Mas lembre-se que há um trenzinho que te leva até o Petit Trianon.


Os jardins em volta do Petit Trianon não tem mais a mesma característica simétrica uma vez que Maria Antonieta resolveu aderir à moda da época de se fazer jardins no estilo inglês





Esta placa presente na foto é o local de parada do trenzinho em frente ao Petit Trianon

Retornamos todo o trajeto dos jardins caminhando. Chegara a hora de nos despedir de Versailles. Esta foi minha segunda vez no palácio e nos seus jardins. E estes tiveram, desta vez, no início do verão (embora o clima não aparentasse), um cenário completamente diferente da primeira vez, no início do outono.

Saindo do Palácio de Versailles

Palácio de Versailles visto da rua à medida que nos distanciávamos

Ao sair do palácio ainda arriscamos ir à estação de trem mais próxima na esperança dos trens que chegam e partem de lá terem voltado a funcionar (como relatei neste post, fomos surpreendidos pelo não funcionamento da linha RER C que havíamos escolhido para chegar em Versailles, devido uma greve dos funcionários). Mas não demos sorte e o jeito foi caminhar novamente de volta à estação mais distante. 

Mas valeu muito à pena. E este dia ainda estava longe de terminar. Com o sol demorando a se por nesta época do ano, chegamos a Paris ainda com tempo de explorar o Museu Rodin e o Jardim de Luxemburgo (porque ainda não havíamos enjoado de jardins neste dia), com direito a uma passadinha na Torre Eiffel. Mas isto eu já contei em outro post.

PARA SE PLANEJAR:

1. Palácio de Versailles

Horário de funcionamento: abre de terça a domingo das 9 às 18:30h (de abril a outubro) e das 9 às 17:30h (no restante do ano). Fechado nas segundas. Os jardins abrem diariamente das 8h às 20:30 h (de abril a outubro) e das 8h às 18h (no restante do ano). Último acesso ao palácio e aos jardins: 30 min antes do horário de encerramento.
Entrada: tipos e valores dos ingressos detalhados no texto acima
Como chegar: veja neste post.

OBS:
1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.

2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio

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