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segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Dicas para visitar El Calafate, na Argentina

Localizada na província argentina de Santa Cruz, em plena Patagônia, está El Calafate, uma pequena cidade que gira em torno do turismo, devido à proximidade com o famoso Glaciar Perito Moreno, uma das maiores geleiras do mundo.

Por ser a cidade mais próxima do Parque Nacional Los Glaciares, onde se encontra o Perito Moreno, El Calafate acabou se tornando um dos principais polos turísticos da Argentina. São muitos os hotéis, agências de turismo, restaurantes e toda uma estrutura voltada para o turista que visita a cidade.

Visitar a geleira era um sonho antigo meu, de modo que El Calafate acabou entrando no nosso radar sempre que tentava organizar um roteiro pela América do Sul. Em fevereiro deste ano, enfim, conseguimos incluir o Perito Moreno no nosso itinerário, aproveitando a nossa viagem para Ushuaia.

Enfim, realizando o sonho de conhecer o Glaciar Perito Moreno

Neste post, daremos algumas dicas sobre El Calafate para ajudá-lo na sua passagem pela cidade.

Como chegar a El Calafate


Embora localizada em uma área isolada do sul da Argentina, a boa notícia é que El Calafate possui aeroporto o que facilita bastante a chegada dos turistas por lá. Há voos diários partindo de Buenos Aires, onde o turista brasileiro, saindo do Brasil, fará conexão antes de pousar na cidade patagônica.

Há também voos ligando Ushuaia e Bariloche a El Calafate, o que facilita bastante a inclusão destas cidades em um mesmo roteiro pela Patagônia.

Mas se você preferir chegar lá por via terrestre, El Calafate tem a vantagem de ficar relativamente próxima à fronteira com o Chile, de modo que há ônibus interligando Punta Arenas e Puerto Natales à cidade argentina. 

A empresa Bus-Sur faz o trajeto Puerto Natales-El Calafate em cerca de 5 horas de viagem nos seguintes horários:

              Nos meses de agosto, setembro e outubro: nas terças, quintas e sábados às 7:30h.

              De novembro a maio: diariamente às 7:30h. Nas terças, quintas e sábados às 14:30h.

Já para ir de Punta Arenas, você precisará, antes, pegar um ônibus até Puerto Natales e, de lá, seguir para El Calafate. Há ônibus diários ligando as duas cidades em vários horários ao dia.

Para informações detalhadas e atualizadas, você pode visitar o site da Bus-Sur.

Já a empresa Cootra Ltda tem ônibus diários saindo de Puerto Natales para El Calafate, às 7:30h.

No nosso caso, chegamos a El Calafate por via terrestre, mas dirigindo um carro que alugamos em Punta Arenas. Partimos para a Argentina saindo do Parque Nacional Torres del Paine e demoramos cerca de 3 horas para chegar a El Calafate.

Já contamos como funciona a fronteira entre Chile e Argentina na Patagônia em outro post. 

O nosso trajeto foi bem tranquilo. Saímos de Torres del Paine pouco depois da hora do almoço e chegamos a El Calafate em torno das 17 horas. Certifique-se de deixar o tanque cheio sempre que possível, pois só vimos 2 postos de  gasolina no trajeto (o primeiro deles, na verdade, era tão pequeno que quase passou despercebido). O segundo posto ficava em um povoado conhecido como Esperanza.

E cuidado com a estrada que o GPS te indicar, pois há um caminho mais próximo, mas que exige que você faça um desvio pegando uma estrada de terra. O melhor é seguir sempre pela pista, indo pelo povoado de Esperanza.

Chegando a El Calafate, havia uma fiscalização policial que nos parou para Técio fazer o teste do bafômetro. O oficial que nos abordou, inclusive, foi bem antipático, acusando a gente de ter bebido. O bafômetro provou que ele estava errado.

Onde se hospedar em El Calafate


Achei a hospedagem na cidade muito cara. Acabamos tendo que ficar em um hostel (com banheiro privativo) cujo serviço não era condizente com o valor pago: a Hostería Los Gnomos. Péssimo custo-benefício. Mas teria sido inviável, financeiramente, ficar em um lugar melhor.

Uma experiência bem diferente do Chile, onde ficamos em lugares ótimos por valores bem mais em conta.

Mas se dinheiro não for problema para você, recomenda-se que se hospede em torno da Avenina del Libertador, a principal da cidade. É nela que se concentram os restaurantes, as sorveterias, as agências de viagem e as lojas de El Calafate.

Mas se você estiver de carro, como nós, dá para ficar um pouco mais afastado, pagando mais barato (ou menos caro), como nós fizemos. 


Onde fazer o câmbio em El Calafate


Na época em que estivemos por lá, não havia casa de câmbio na cidade e, na verdade, só conseguimos encontrar um único local para comprar pesos argentinos no final da tarde: um local chamado Pago Fácil, na Av. del Libertador.

Nossa salvação para fazer o câmbio em El Calafate

Mas você pode fazer o câmbio também nos bancos da cidade. Esteja ciente, no entanto, que estes só funcionam das 8 às 13 horas e em dias de semana.

No aeroporto de El Calafate, há apenas caixas automáticos.

Portanto, o melhor é já chegar à cidade com pesos argentinos em mãos. Era até esta a nossa intenção, mas acabamos gastando mais do que o previsto em Ushuaia. Não sei o que teria sido de  nós sem o Pago Fácil!

E não recomendo pagar restaurantes, passeios e lojas com dólar. O câmbio não costuma ser favorável ao cliente.

Quando visitar El Calafate


Visitamos a cidade durante a alta temporada, no mês de fevereiro, em pleno verão do hemisfério sul. E esta é a melhor época para se visitar a região. Afinal, é quando as temperaturas estarão mais amenas e todos os passeios possíveis estarão disponíveis (no inverno, nem todos os passeios são realizados).

Mas não é porque é verão que você irá para El Calafate sem casacos. Muito pelo contrário: mesmo com temperaturas mais amenas, você sentirá frio, especialmente, quando estiver próximo às geleiras. O ideal é se vestir em camadas, já que em certos momentos do dia o frio irá diminuir, enquanto em outros (especialmente, se começar a chover), você precisará se agasalhar bem.

Muito frio, mesmo no verão

O que fazer em El Calafate


O Parque Nacional Los Glaciares é a principal atração dos arredores de El Calafate, localizando-se a cerca de 80 Km da cidade. Por ano, são milhares os turistas que seguem para o parque apenas para ver de perto a imensidão azul do Glaciar Perito Moreno.

No parque nacional, você pode admirar a geleira a partir de plataformas estrategicamente construídas de frente para a mesma, pode navegar em um barco até bem próximo do paredão azul ou pode contratar um trekking sobre o glaciar (sim, é possível andar sobre o Perito Moreno). Desta forma, pode-se "perder" um dia inteiro apenas dentro do parque.

Você pode apreciar o Perito Moreno das muitas passarelas construídas em frente à geleira

Você pode fazer um passeio de barco

E ainda pode fazer um trekking sobre a geleira

O Perito Moreno, no entanto, não é o único glaciar do parque nacional, embora seja o mais famoso. Outros três merecem destaque: o Upsala, o Viedma e o Spegazzini. Para vê-los, entretanto, você terá que fazer uma das navegações pelas águas da região.

Um dos passeios de barco mais populares é o oferecido pela empresa Solo Patagônia (sua agência fica na Av. del Libertador, 867), conhecido como Ríos de Hielo Express. A navegação ocorre pelo Lago Argentino, que banha El Calafate e se estende até as geleiras, e vai até os Glaciares Upsala e Spegazzini (passando também por outros glaciares menores).

O Ríos de Hielo Express dura de 7 a 8 horas, incluindo 5 horas de navegação, e, assim, ocupa quase o dia inteiro. O embarque costuma se iniciar às 8:30h no Porto de Punta Bandera. Ocorre diariamente de agosto a maio (exceto no dia 25/12) e apenas nos dias ímpares em junho e julho. O custo é alto e não inclui o ingresso do Parque Nacional Los Glaciares, que deve ser comprado à parte.

Gostaríamos muito de ter feito este passeio, mas não tivemos mais um dia disponível para realizá-lo. Deve ser maravilhoso navegar pelos canais do Lago Argentino, dando de cara com icebergs no caminho. Quem sabe, um dia, não retornamos para puder vivenciar esta experiência.

Já o Glaciar Viedma fica mais ao norte do parque nacional, já próximo à cidade de El Chaltén, de modo que a navegação pelo Lago Viedma até a geleira é mais realizada por quem está visitando aquela cidade.

E se você está se perguntando o que se tem para fazer na cidade em si, há algumas opções:

Passear pela Av. del Libertador:

Dificilmente, você não passeará a pé por esta avenida. É lá que você vai encontrar os restaurantes em El Calafate, entre outros estabelecimentos comerciais.

Como chegamos à cidade por volta das 17 horas, foi exatamente o que fizemos. Deixamos nosso carro estacionado em uma das ruas transversais à avenida e saímos passeando, entrando em suas lojas e apreciando o movimento. 



Avenida del Libertador, em El Calafate
Confesso que esperava uma cidade mais charmosa, mas não vi nada demais em suas casas e prédios. 

Logo que chegamos, resolvemos entrar em uma sorveteria para experimentar o sorvete de calafate. Afinal, esta é a famosa fruta da região que deu nome à cidade e da qual é feita doces, sorvetes e geleias. Provamos e não curtimos muito. Mas valeu a experiência.

Entre os restaurantes em que jantamos nas duas noites em que dormimos por lá, nem me dei ao trabalho de gravar os nomes, já que não vimos nada demais. Aliás, não consigo mesmo gostar da gastronomia argentina. Prefiro muito mais a chilena.

Ainda na Av. del Libertador, visitamos um centro de artesanato, composto por cabanas de madeira, onde funcionam lojas de artesanato local, souvenirs e doces da região, como alfajores e doce de leite. O lugar é conhecido como La Aldea de Gnomos.

La Aldea de Gnomos


Muitas lojas estão dispostas pela aldeia

Mapa mostrando a localização da Aldea de Gnomos

Aliás, percebemos que gnomos é algo bem presente no dia-a-dia de El Calafate (até nosso hostel fazia referência a eles). Nas lojas de souvenirs, era comum encontrar gnomos sendo vendidos. Pelo que entendemos, eles são importantes personagens do folclore da região.

Outra atração localizada na avenida é a Intendência Parque Nacional Los Glaciares (fica na esquina com a Calle Ezequiel Bustillo), que, além se servir como centro de administração da reserva natural, funciona também como uma espécie de museu que conta um pouco da história do parque nacional, dando informações sobre as geleiras e a fauna e a flora local. A entrada é gratuita.

Mapa mostrando a localização da Intendência Parque Nacional Los Glaciares

Entrada da Intendência


O local possui uma agradável e arborizada área externa com muitas estátuas que fazem referência à história da região

História que passa pelos achados paleontológicos

No interior, há um corredor que funciona como linha do tempo


Há também informações sobre a flora e a fauna típicas da região

Estátua de Perito Moreno, o explorador que deu nome ao glaciar mais famoso da Patagônia


Laguna Nimez

Saindo da Avenida del Libertador em direção à orla do Lago Argentino, é possível encontrar mais uma atração da cidade de El Calafate: uma laguna em torno da qual é possível fazer observação das aves que povoam a região.

Laguna Nimez

O mapa mostra a localização do centro de visitantes da Laguna Nimez, onde o turista adquire o ingresso e tem acesso à trilha em torno da laguna. Perceba a localização do local em relação à Av. del Libertador.

Obviamente, o turista não conseguirá ver todas as espécies, já que isto depende da sorte delas estarem à mostra no momento da sua visita. Mas, provavelmente, patos e flamingos serão vistos.

Visitamos a Laguna Nimez na nossa última manhã em El Calafate. O passeio começa no centro de visitantes, onde você pode comprar seu ingresso. Na época, ele estava custando 200 pesos argentinos por pessoa e o acesso ao turista estava aberto das 9 às 20 horas.

O centro de visitantes da Laguna Nimez

O passeio segue por uma trilha bem demarcada que dá a volta na laguna. No caminho, há pontos de observação e placas indicando qual espécie de ave é possível encontrar em cada local. Logo no início da trilha, vê-se uma placa mostrando todas as espécies catalogadas em torno da laguna.

O início da trilha saindo do centro de visitantes


Começando


As aves que podem ser vistas na Laguna Nimez

Considerando o tempo em que paramos para observar e fotografar as aves, devemos ter passado cerca de uma hora no local. 

Segue a trilha


Nos muitos arbustos que compõem a vegetação rasteira do lugar, podem ser vistos algumas espécies de aves (se você tiver sorte)


Encontrando cisnes

E patos

E aves de rapina

Fujam!!!

Pousando para a foto!


Uma família de patos patagônicos


A vista dos flamingos fica mais para o final da trilha, quando o visitante começa a margear o Lago Argentino. Mas saiba que os vemos de longe, o que pode ser um pouco frustrante caso você vá imaginando que chegará muito perto deles.

Chegando às margens do Lago Argentino


O Lago Argentino


Tentando fotografar os flamingos com o máximo de zoom possível


Glaciarium

O Glaciarium corresponde a um moderno centro educativo sobre os glaciares, que expõe aos visitantes informações científicas sobre a glaciologia, com ambientes interativos. 

Abre diariamente das 11 às 20 horas (de abril a setembro, fecha às 19 horas) e custa, atualmente, 360 pesos argentinos. Localiza-se na estrada que leva de El Calafate ao Parque Nacional Los Glaciares, a cerca de 8 Km do centro da cidade. 

Indo pela Rota 11 de carro, você verá a sinalização pedindo para dobrar à esquerda. Você verá o Glaciarium já da própria estrada. Se não estiver de carro, pode-se pegar um transfer no centro de El Calafate, na Secretaria de Turismo Provincial (o valor do transfer está incluso no ingresso).  

Mapa mostrando a localização do Glaciarium

Infelizmente, não visitamos o Glaciarium para poder contar a nossa experiência. Mais informações sobre a atração no seu site oficial

Quantos dias ficar em El Calafate


Para conseguir fazer os principais passeios disponibilizados na região, o ideal seria ficar, no mínimo, 3 dias na cidade, já que, assim, você dedicaria um dia inteiro para o Perito Moreno e outro dia para fazer o Ríos de Hielo Express.

Mas este tempo vai depender, lógico, da logística do seu roteiro (no nosso caso, devido à nossa volta para o Brasil sair de Punta Arenas, no Chile, não tivemos um dia a mais disponível, ficando apenas duas noites na cidade)  e do seu bolso. Afinal, os passeios em El Calafate, assim como a hospedagem e a alimentação, são caros. Quantos mais dias, mais gastos.

O nosso roteiro na cidade foi o seguinte:

Dia 1: chegada a El Calafate no final do dia - passeio pela Avenida del Libertador

Dia 2: dedicamos o dia inteiro ao Parque Nacional Los Glaciares - pela manhã fizemos o icetrekking sobre a geleira / à tarde, passeamos pelas passarelas em frente ao glaciar

Dia 3: visitamos a Laguna Nimez e a Intendência Parque Nacional Los Glaciares. Deixamos a cidade logo após o almoço, voltando para o Chile.




OBS:
1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.

2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio

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