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sábado, 8 de setembro de 2018

A trilha até o Mirador Grey em Torres del Paine

Um dos principais lagos do Parque Nacional Torres del Paine é o Lago Grey, que tem origem no glaciar de mesmo nome, localizado no limite noroeste do parque e que corresponde a uma das principais atrações da reserva natural.

O Lago Grey (ao fundo se ver blocos de gelo que se desprenderam do glaciar e ficaram flutuando pelo lago)

A melhor forma de conhecer tanto o lago quanto o glaciar, cujo nome se justifica pela coloração verde acinzentada de suas águas, é através de um passeio de barco que parte do Hotel Grey até bem próximo ao glaciar. Outra forma é reservando um tour que te leva para caminhar sobre a geleira, realizado pela Big Foot Adventure Patagonia. Já dei dicas sobre estes dois passeios em outro post.

Mas se você não quiser gastar e, mesmo assim, conhecer o lago e o glaciar, você pode fazer uma de duas trilhas: uma, mais extensa, que parte da Guardería Paine Grande e que exige cerca 3 horas e meia de caminhada para chegar ao Mirador Grey e ao extremo norte do lago; e outra mais curta, que parte da Guardería Grey e vai até outro Mirador Grey, situado no extremo sul do lago.


Este recorte do mapa oficial de Torres del Paine, mostra as duas principais trilhas em torno do Lago Grey. A menor delas, percorre sua margem sul até o Mirador Grey por 1 hora em cada sentido. A maior percorre a margem leste do lago, passando por um outro Mirador Grey e podendo seguir até o norte do lago, na Guardería Glaciar Grey (esta trilha corresponde à "perna" oeste do popular Circuito W do parque).

Optamos por seguir a opção mais curta, levando, em média, cerca de 1 hora para ir e outra hora para voltar. A desvantagem é que o mirante fica muito distante do Glaciar Grey. Mesmo assim, valeu à pena pela beleza da área percorrida.

Para realizar a trilha, fomos até a Guardería Grey (que fica logo após o Hotel Grey), estacionamos o carro e seguimos para a moderna estrutura, construída em torno do início da trilha. Lá dentro, você pode comprar água ou algum lanche e usar os sanitários. A saída para a trilha até o Mirador Grey é sinalizada por uma placa (ver imagem abaixo).

A estrutura que serve de centro de visitantes para quem está iniciando ou finalizando a trilha pela extremidade sul do Lago Grey



Início da trilha até o Mirador Grey

Logo no início, encontramos uma ponte sobre o rio Pingo. Do outro lado, seguimos um curto caminho por um bosque e logo avistamos o Lago Grey.

A ponte sobre o rio Pingo


E lá fomos nós


Avistando o Lago Grey pela primeira vez. Percebam que há uma faixa de areia no meio das águas do extremo sul do lago. É por esta faixa que segue a trilha.

Seguindo pela trilha demarcada em direção à margem oeste do lago, de encontro à faixa de areia mostrada na foto anterior


Pausa para foto, claro! Aqui, uma área mais aberta, começávamos a sentir a força do vento.

Saindo do curto trajeto entre as árvores, saímos em uma área aberta às margens do lago, na qual a força do vento não estava para brincadeira. Logo ali, percebemos que esta seria a maior dificuldade da trilha, especialmente na ida,  já que teríamos que seguir contra o vento durante todo o percurso pela faixa de areia.

Aproximando-se da faixa de areia no meio do lago

Sem esta faixa de areia, não teria como chegarmos ao mirante
Seguindo o caminho contra o forte vento que nos obrigava a fazer um esforço ainda maior
Com ou sem vento, parávamos para ver de longe os blocos de gelo que se desprendem do glaciar

Uma das partes mais legais desta trilha é encontrar os blocos de gelo azuis que seguem flutuando pelo lago após se desprenderem do Glaciar Grey. Infelizmente, naquele dia, eles estavam distantes. Mas, se você tiver sorte, pode encontrá-los mais perto da margem.

Chegando mais próximo da extremidade leste da faixa de areia, avistamos o famoso Glaciar Grey lá ao fundo
Ao chegar na extremidade leste da faixa de areia, já com o Glaciar Grey no nosso campo de visão, encontramos uma península rochosa que segue avançando pelo lago. Neste ponto, subimos pela face oeste da encosta para seguir rumo ao norte. É a única subida da trilha e é bem tranquila.

Vencendo o vento e chegando à extremidade leste da faixa de areia


A encosta por onde continuamos a trilha


Seguindo a encosta rumo ao norte

A faixa de areia vista da península que avança pelo lago.

Durante o trajeto pela encosta, vamos vendo o Glaciar Grey  e vamos percebendo as inúmeras árvores queimadas no incêndio que devastou o parque em 2011 (fruto da irresponsabilidade de um turista). Afinal, o fogo teve início na margem leste do Lago Grey.

Troncos queimados no incêndio de 2011 e o Glaciar Grey ao fundo


Mas, felizmente, 7 anos depois, já há muito verde de volta ao local.

A trilha finaliza na ponta da península, onde se encontra o Mirador Grey. E, aqui, preciso registrar o tamanho da nossa emoção quando chegamos ao mirante e demos de cara com um  iceberg. Não esperávamos esta surpresa e a beleza daquele bloco de gelo azul, que se destacara do glaciar, nos emocionou. Sem dúvida, foi a melhor parte daquela trilha.

Chegando Mirador Grey, demos logo de cara com este lindo e azul iceberg flutuando pelas águas do lago Grey

Acho que aquele bloco de gelo nunca imaginou ser tão admirado e fotografado. Ficamos um bom tempo ali no mirante apreciando a sua hipnotizante beleza azul.

Beleza, realmente, hipnotizante


Encantador

Melhor surpresa da trilha

Mas também apreciamos o Glaciar Grey a partir do mirante. Infelizmente, mesmo ali, ele está muito longe. Portanto, se quiser chegar mais perto, vale seguir a trilha que vai até o mirante mais ao norte ou, então, pagar pelo passeio de barco, que sai do Hotel Grey em 4 horários ao dia durante a alta temporada.

Glaciar Grey, visto do Mirador Grey
Há bancos no Mirador Grey, onde nos sentamos para ficar apreciando toda a beleza do lago, enquanto comíamos o lanche que leváramos na mochila e descansávamos para fazer o caminho de volta.

Descansando com o iceberg ao nosso lado

Nunca pensei que iria ficar tão fascinado por um bloco de gelo. Mas este azul é lindo demais!!

Iniciamos o retorno com direito a mais fotos, claro! Chegando à faixa de areia, seguimos, agora, a favor do vento, o que tornou a volta mais fácil.

Mais fotos no retorno


Estava difícil nos despedirmos daquele lugar
Esta é a península em cuja extremidade fica o Mirador Grey

Terminamos a única trilha que fizemos em Torres del Paine com pouco mais de 2 horas. Ficamos até surpresos, pois foi a primeira trilha da viagem que conseguimos realizar no tempo previsto (em Ushuaia, sempre nos atrasávamos durante as trilhas).

Sem dúvida, o melhor desta trilha são os blocos de gelo flutuantes. Se você tiver a sorte de ver algum de mais perto, já fará o trajeto valer à pena. Saudade daquele iceberg!




OBS:
1. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio


3 comentários:

  1. Oi, Erick! Já estou relendo os posts da Patagônica, morrendo de vontade de ir ainda nesse verão. Você poderia qual o valor da taxa para entrar no parque? Qual o hotel que você ficaram no parque e em El Calafate? Foi tranquilo atravessar a fronteira num carro alugado? Se uder me dar essas dicas ficarei muito agradecida. Um abraço.

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    Respostas
    1. Oi Susy! A entrada do parque custou 21000 pesos chilenos e ficamos hospedados no Hotel del Paine. Em El Calafate ficamos num local muito ruim, nem vale à pena vc procurar. Sobre o carro alugado, foi tranquilo alugar sim. Só tem que avisar à agência para eles poderes providenciarem a papelada. Dou mais detalhes sobre o aluguel, neste post: http://www.blogsaladeembarque.com.br/2018/08/como-e-dirigir-pela-patagonia.html
      Em Puerto Natales, nos hospedamos em dois locais: Viento Patagônico (muito bom. Por fora, vc não dá nada pelo hotel, mas é ótimo e ainda tem estacionamento) e Cabañas Última Esperanza (este é melhor se estiver em um grupo maior para dividir uma cabana). Qualquer outra dúvida pode perguntar! :)

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  2. Muito obrigada, Erik. Não consegui hotéis no parque (todos esgotados), mas consegui em Puerto Natales. Acho que terei que fazer bate e volta diários. Valeu pela informações. Um abraço.

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