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domingo, 3 de setembro de 2017

Como chegar e o que conhecer em Olímpia, na Grécia

Você gosta de acompanhar os Jogos Olímpicos? Se sim, você deve saber que os mesmos tiveram origem na Grécia Antiga, não é mesmo? Olímpia foi a cidade onde as primeiras Olimpíadas foram sediadas já lá no século VIII a.C. (isto mesmo: eu disse "antes de Cristo"). Já pensou em pisar no exato local onde a tradição do espírito olímpico teve início? Pois é! Isto é plenamente possível em uma viagem à Grécia, já que o sítio arqueológico de Olímpia está lá, aberto à visitação não apenas aqueles que gostam do tema mas também aos que amam história.

O Sítio Arqueológico de Olímpia

Os Jogos Olímpicos da Antiguidade já tinha uma configuração bem semelhante à atual, já que unia, em um mesmo local, atletas provenientes de diferentes cidades-estado da Grécia para disputarem diversas modalidades entre si, a cada 4 anos. Inclusive, uma trégua era estabelecida entre as cidades inimigas apenas para a realização dos jogos. Entre as modalidades, algumas existem até hoje, como corridas, lançamento de disco, saltos à distância e luta livre. Já outras eram apenas características da época, como a corrida de bigas.

Mas, diferente do que ocorre atualmente, os Jogos Olímpicos da Antiguidade representavam também uma homenagem aos deuses do Olimpo, especialmente, a Zeus. E, não à toa, Olímpia foi sede de uma enorme estátua de Zeus localizada no templo da cidade dedicado ao mesmo. Você, inclusive, já deve ter ouvido falar nessa estátua. Afinal, ela era uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, tendo sido construída por Fídias, um dos mais famosos escultores da Grécia Antiga. Pensando bem, ainda bem que, atualmente, o caráter religioso não está mais associado às Olimpíadas. Já imaginou a confusão que daria entre os diferentes povos, cada um achando a sua religião mais importante do que a do outro?


Infelizmente, talvez tenha sido esse caráter de culto aos deuses mitológicos que fez com que os jogos se encerrassem, após a expansão do cristianismo, já que a sua realização passou a ser percebida como uma atividade pagã. E, assim, em torno do século V (a data exata do fim dos jogos é ainda contraditória), estando a Grécia sob o domínio do Império Romano, os jogos tiveram seu fim.

E foi apenas muitos séculos depois, mais especificamente, 14 séculos depois, que o Barão de Coubertin trouxe a tradição olímpica de volta, fundando, no final do século XIX, o Comitê Olímpico Internacional.  E, assim, em 1896, Atenas sediou os primeiros Jogos Olímpicos da Modernidade, cujas competições ocorreram no Estádio Panathinaiko, que se encontra em pé a aberto à visitação até hoje, na capital do país.

E, assim, Olímpia se mantém viva em um dos mais importantes eventos internacionais da atualidade. Com algumas diferenças, claro: os atletas não competem mais pelados (isto mesmo! Eles sabiam ser econômicos no figurino olímpico), os deuses não são mais cultuados, a cidade sede não é mais fixa e não existem mais bigas. E, até hoje, é lá, nas ruínas da antiga Olímpia, que, em uma cerimônia em que os envolvidos se vestem com as antigas túnicas gregas e encenam os antigos rituais, a tocha olímpica é acesa utilizando-se um espelho que concentra os raios solares. De Olímpia, então, a tocha segue seu revezamento ao redor do planeta, até chegar no estádio olímpico sede no dia da cerimônia de abertura dos jogos (uma pena este ritual acontecer apenas uma vez a cada 4 anos. Teria adorado assistir).

Veja, na imagem do canto inferior esquerdo da placa, a foto da cerimônia em que a tocha olímpica é acesa.


Ficou curioso para conhecer Olímpia? Vamos a algumas dicas práticas, então:

Onde exatamente fica Olímpia?


Na verdade, existem duas "Olímpias", a cidade antiga, da qual sobraram apenas as suas ruínas expostas em seu sítio arqueológico, e a cidade nova, localizada exatamente ao lado das ruínas. Assim, para conhecer o sítio arqueológico, você inevitavelmente, conhecerá também a nova Olímpia.

A cidade localiza-se em pleno Peloponeso (já falei sobre esta parte da Grécia em outra postagem) a cerca de 290 Km do centro de Atenas. Infelizmente, como o acesso não é tão simples, Olímpia acaba ficando do alvo de muitos dos turistas que visitam o país. Mas calma! É perfeitamente possível incluir a cidade no seu roteiro.

Como chegar a Olímpia?


Como falei, anteriormente, a cidade se localiza no Peloponeso e pode ser incluída durante um passeio de carro pela região, especialmente, se você estiver explorando a região de Arcadia. Conto como foi dirigir pelo Peloponeso em outro post.

A desvantagem de ir de carro, partindo de Atenas (ou de outra cidade grega) é a dificuldade de alguns trechos da estrada, devido às inúmeras curvas que vão serpenteando as encostas das montanhas da região. Como vantagem, tem-se a beleza da região e dos inúmeros vilarejos que a compõem. Junte a isso, a comodidade trazida pelo carro, permitindo, inclusive que você otimize o seu tempo e não fica dúvidas de que o carro é, provavelmente, a melhor forma de se chegar a Olímpia.

Mas se você tiver receio de dirigir pelo país, há sempre a possibilidade de se contratar um tour em uma agência, o que, claramente, sairá mais caro.

Muitos turistas que chegam a Olímpia, na verdade, chegam à cidade em excursões, mas muitos vindos não de Atenas, mas de uma cidade portuária localizada a poucos mais de 30 minutos dali: Katakolon. Os turistas que estão em cruzeiro pelo Mar Jônico aproveitam a parada na cidade para fazer um tour até Olímpia.

Mas, claro, que se você não quiser dirigir nem gastar muito com uma excursão, pode também optar pelo transporte público. Só que, neste caso, você perderá bem mais tempo. Afinal, pelo que pesquisei, não há ônibus direto de Atenas até Olímpia. Você terá que ir da capital até a cidade Pyrgos (em um trajeto de cerca de 5 horas) e, então, pegar outro ônibus até Olímpia (por mais 30 minutos). A empresa de ônibus do país é a KTEL.

O que fazer em Olímpia?

Uma vez em Olímpia, você pode dividir seu tempo em 3 atividades principais:

1. Percorrer o Sítio Arqueológico de Olímpia, com as ruínas dos seus templos, casas de banho e do próprio estádio olímpico.

2. Conhecer o Museu Arqueológico de Olímpia, que conta, em sua exposição, com os artefatos encontrado durante as escavações da cidade antiga.

3. Caminhar pela rua principal do centro da Olímpia moderna (a cidade é minúscula), onde você encontrará restaurantes, lojas de souvenirs e hotéis.

Nossa ideia original era, inclusive, de pernoitar na cidade, seguindo para a ilha de Zakynthos no dia seguinte (o porto de Killini, de onde saem os ferries para a ilha, fica a cerca de 1 hora de carro de Olímpia). No entanto, vimos que havia um ferry partindo às 20 horas, o que nos daria tempo de conhecer o sítio arqueológico e ainda chegar em Zakynthos naquele mesmo dia (afinal, a ilha era o nosso foco principal).

Chegamos em Zakynthos às 15 horas e, as duas horas e meia que permanecemos na cidade nos pareceu suficientes. Logo que chegamos, percebemos a pouca quantidade de turistas por lá, talvez, por já ser a metade final da tarde. Acredito que as excursões devem chegar e partir da cidade mais cedo. Obviamente, isso acabou sendo ótimo para desfrutar melhor do lugar.

Após encontrar uma rua para estacionar o nosso carro (depois percebemos que havia um estacionamento mais próximo para os visitantes do local), seguimos direto para a zona arqueológica. No caminho, fomos passando por algumas poucas lanchonetes/restaurantes e lojas de souvenir até chegar no local onde fica o Museu Arqueológico de Olímpia. É no saguão de entrada do museu que compramos o ticket conjunto para visitar tanto o museu quanto o sítio arqueológico, no valor de 12 euros.

Nosso ticket, Veja que, na margem inferior, há dois pequenos ingressos para serem destacados, um correspondente ao museu e outro correspondente ao museu

Como nosso focal principal era o sítio arqueológico, seguimos logo para lá e deixamos o museu para o final. A entrada do sítio fica posicionada de frente para a entrada do museu, mas é preciso percorrer alguns metros de distância entre as duas atrações.

Fachada do Museu de Arqueologia de Olímpia


Seguindo o caminho de pedras que vai do museu até o Sítio Arqueológico de Olímpia


Chegando ao Sítio Arqueológico (todo cercado), passamos pelo portão de entrada (ali fica um guichê onde também se pode comprar o ingresso) e tivemos a primeira visão panorâmica das ruínas. O que mais nos chamou a atenção foi a grande quantidade de verde no local, com inúmeras árvores se misturando com as ruínas. É como se Olímpia fosse um grande parque verde adornado por inúmeras ruínas de um tempo muito antigo. E esta característica tornou o passeio pela zona arqueológica extremamente agradável.

Entrando no Sítio Arqueológico de Olímpia











E, assim, fomos caminhando com calma entre as ruínas, sempre parando para ler as placas que indicavam e explicavam que tipo de edifício se localizava ali (até porque é impossível deduzir algo apenas olhando para aquelas ruínas).

Difícil deduzir o que existia em cada uma dessas ruínas, não é mesmo?


Um dos locais que mais acaba brincando com o nosso imaginário (a gente sempre acaba tentando visualizar em nossa em mente como era o prédio original) é o Templo de Zeus, deus em volta do qual os jogos se realizavam. Afinal, era nesse templo onde se localizava a famosa estátua de Zeus, que, com os seus 12 metros de altura compostos de outo e marfim,  ganhou o título de uma das Sete Maravilhas da Antiguidade. Infelizmente, conta a lenda que a estátua foi destruída em um incêndio. Uma pena ela não continuar inteira e exposta no museu de Olímpia.

Única coluna em pé do Templo de Zeus (claro que reconstruída nos tempos atuais)


Templo de Zeus visto pela lateral (ou seria a frente?!)



Mas, afinal, estávamos no local do nascimento dos Jogos Olímpicos e queríamos ver algo relacionado aos jogos. E vimos. O antigo Estádio Olímpico (ou melhor, as suas ruínas) está lá para alimentar a nossa mente imaginando os atletas gregos disputando saltos, lutas, esportes equestres e corridas de biga. Claro que, comparado aos estádios olímpicos de hoje, o estádio de Olímpia é bem pequeno e humilde. Mas, naquela época, não havia o grande número de modalidades e competidores que existem hoje, não é mesmo?

Entrada do antigo estádio olímpico



Antigo Estádio Olímpico de Olímpia





Apreciando as ruínas


Outro ponto que nos chamou a atenção foi descobrir que uma das casas da vila ali localizada (afinal, haviam gregos morando na cidade. Ela não servia apenas de sede para os jogos) foi toda reformada para receber o, então imperador romano, Nero, que se deslocou até a cidade para assistir aos jogos olímpicos do ano de 67 d.C.. Lembrem-se que a Grécia Antiga foi derrotada e dominada por Roma, sob o domínio da qual permaneceu por vários anos.

Há também outros templos no local, como o dedicado à deusa Hera, esposa de Zeus. E muitas outras ruínas que, confesso, não lembramos mais o que representavam.

Ruínas do Templo de Hera








Adoramos esta área com todas estas colunas reconstruídas












Após a nossa visita ao sítio arqueológico, retornamos ao museu, para explorá-lo. Entre os artefatos, várias estátuas encontradas nas escavações, incluindo as que adornavam cada um dos lados do Templo de Zeus.

Maquete de como era a antiga Olímpia

Veja o desenho que mostra a obra original da foto abaixo






Veja o desenho que mostra a obra original da foto abaixo














Estátua de Hermes





Parte externa do museu...


Que também tem alguns artefatos expostos


Se você quiser ver mais artefatos relacionados apenas aos jogos olímpicos, terá que visitar uma outra exposição: o Museu da História dos Jogos Olímpicos da Antiguidade. Mas como ela fecha às 15 horas, não tivemos a chance de visitá-la.

Terminado nosso passeio pelo museu, seguimos de volta à Olímpia moderna. Paramos em uma lanchonete no caminho para um lanche rápido e, como algumas lojinhas de souvenirs já estavam fechadas, imaginamos que àquela hora, a cidade estaria deserta e tudo estaria fechado. Acertamos no fato de que ela estaria deserta. Não havia quase nenhum outro turista passeando pela rua principal. Mas, felizmente, as lojas ainda estavam abertas. Afinal, tínhamos que garantir nossas lembrancinhas de Olímpia.

A moderna Olímpia avistada do caminho de volta a partir do museu

A rua principal da Olímpia moderna, só não deserta por causa da nossa presença e desse cachorrinho







Fora nós dois, apenas aquele casal ali na calçada

Mas as lojas abertas






Lembrancinhas compradas, lanche feito, Olímpia conhecida, pegamos novamente a estrada rumo ao porto de Killini. Ainda tínhamos que navegar pelo Mar Jônico e chegar à incrível ilha de Zakynthos ainda naquela noite.

Tanto o Sítio Arqueológico de Olímpia quanto o museu funcionam diariamente, das 8 às 20 horas. No entanto, acredito que este horário possa variar de acordo com a época do ano. Mas, infelizmente, não encontrei nenhum site oficial da atração para checar os horários. Na verdade, com exceção da Acrópole de Atenas, não encontrei um site oficial para nenhum dos outros sítios arqueológicos do país, o que achei algo bem estranho, considerando o peso histórico e turístico que este tipo de atração tem para a Grécia. 


OBS:
1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.

2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio


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