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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Nossa experiência em Erg Chebbi, as belas dunas do Saara localizadas em Merzouga

Se o destino era o Marrocos, não tinha como não irmos até as dunas do Saara que embelezam o sudoeste do país, numa parte do deserto repleta de dunas conhecida como Erg Chebbi, às margens da pequena cidade de Merzouga, já próximo à fronteira com a Argélia.


Erg Chebbi, Deserto do Saara


Após muitas pesquisas, organizamos nosso roteiro escolhendo o carro como a melhor forma de se deslocar até lá e optando por se hospedar em um acampamento em meio às dunas do Saara. Contamos em detalhes toda esta parte logística no post "Como vistar o Deserto do Saara no Marrocos".

Depois de um longo trajeto dirigindo desde Ouarzazate, as dunas de Erg Chebbi começaram a aparecer no nosso campo de visão ao longe, definindo o horizonte que acompanhava a estrada até Merzouga.


E olha lá as dunas no horizonte. A partir deste momento, elas nos acompanharia, mesmo de longe, até chegar a Merzouga.

Chegamos a Merzouga e, após uma longa espera no café que funcionou como ponto de encontro (tínhamos que esperar o sol baixar mais para não sofrermos com o calor do Saara), colocamos nossas malas em um 4x4 e seguimos, com outro casal, até o acampamento. Até achamos que apenas nós não iríamos optar pelo trajeto de dromedário, mas ocorreu exatamente o inverso: de todos os hóspedes, apenas um casal quis seguir no lombo dos animais. 

O trajeto em si é rápido e vai ziguezagueando pelas dunas, à medida que Merzouga vai ficando para trás, em movimentos de sobe e desce que lembram uma montanha russa. E, se você for de enjoar carro, talvez deva tomar um anti-emético antes, embora o tempo de viagem seja curto (acredito que não tenha passado de 15 minutos). Até porque a largura desta parte do deserto é de apenas 5 Km, ficando a maior parte dos acampamentos na margem oposta de Erg Chebbi.

No 4x4, atravessando Erg Chebbi até a outra margem


Esta localização, inclusive, foi considerada, por nós, uma desvantagem, já que, ao subir as montanhas de areia ao lado do acampamento, você não terá a vista das enormes dunas se olhar para leste. Assim, para ter uma experiência mais imersiva, decidimos nos distanciar um pouco do hotel, caminhando rumo ao oeste, até um ponto onde estávamos completamente rodeados pelas dunas (só cuidado para não se afastar demais e se perder).

Mas antes de sairmos explorando as areias do Saara (nem acredito que fomos mesmo para lá e que agora posso escrever esta frase!!), fomos recepcionados pelos funcionários do acampamento que nos serviram chá de menta com biscoito e nos acomodaram na nossa tenda. E se você está pensando naquelas barracas clássicas de camping, olhe as fotos abaixo. O local não deixava nada a desejar a um quarto de hotel.

Nossa tenda no Golden Camp

Espaço confortável e limpo. A hospedagem, com jantar e café inclusos, nos custou 100 euros (para o casal).

O banheiro era privativo, dentro da tenda e com chuveiro de água quente.


Mas mesmo sendo bastante confortável, não demoramos muito na tenda e saímos logo para passear e fotografar o deserto. Afinal, logo mais o sol iria se por.

Área externa do acampamento

Tinha até este balanço para quem quisesse apenas sentar e apreciar

Mas, inquietos como somos, partimos para subir a primeira duna do dia

Olhando para oeste, o sol já começava a baixar

Imprimindo nossas pegadas no Saara


Nem sei explicar a alegria e emoção que foi estar ali. Sempre ouvimos falar do Saara, da sua extensão, da beleza de suas dunas móveis, dos dromedários que o cruzam e, finalmente, estávamos ali, com os pés em suas areais.

Areias, inclusive, que de vez em quando eram fortemente carregadas pelo vento em nossa direção. Portanto, esteja preparado para proteger especialmente seus olhos. De preferência, não esqueça de levar um colírio para lavá-los.

Mais um 4x4 chegando com turistas em outro acampamento

Sensação de paz

Técio explorando as dunas

Olha ele lá longe!!

Estávamos encantados

Mas não ache que a gente se distanciou tanto do acampamento. Sempre tínhamos o cuidado de avistá-lo ao longe para não perdê-lo de vista

Perdemos a conta de quantas dunas subimos e descemos


Após um tempo, subindo e descendo dunas como duas crianças, era hora de apreciar o por do sol. Foi especial assistir a este momento por entre as dunas. Um espetáculo apreciado por vários grupos de turistas que podiam ser vistos ao longe, no topo de outras dunas.

E o sol começava a se esconder por trás das dunas


Hora de todos seguirem para o topo de alguma duna

Neste momento, avistamos o casal do nosso acampamento que preferira atravessar as dunas em dromedários


Aquele momento que 9 a cada 10 turistas adoram

Por do sol no Saara é imperdível

E esta cor do céu?


Ao longe, mais uma caravana de dromedários seguia caminho durante o por do sol

Inesquecível


Com a queda da noite, esperávamos que a temperatura caísse, mas não foi o que aconteceu. Na verdade, naquele final de tarde, nem estava tão quente quanto imaginávamos. Mas fomos preparados passar frio à noite. Levamos agasalhos para dormir e, como havia aquecedor no quarto, esperamos baixíssimas temperaturas de madrugada.

O jantar, incluso no valor da diária, tinha hora marcada para ser servido, na tenda principal do acampamento. Estava muito bom, com direito à sopa de entrada, prato principal e sobremesa. Enquanto comíamos, a atenção era dividida com alguns gatos (lindos!) que passeavam pela tenda e chamavam a atenção dos turistas.

Após o jantar, os funcionários do acampamento acendem uma fogueira e reúne os hóspedes em torno enquanto tocam instrumentos e cantam músicas marroquinas. Como somos avessos à fogueira e nos sentimos muito tímidos em um ambiente onde não conhecemos ninguém, preferimos ir descansar na nossa tenda.

E o frio que esperávamos realmente nunca chegou. Acho que nunca passamos uma noite tão quente na vida. Mas acredito que a época da nossa visita tenha sido o fator responsável por isso (fomos em junho). Portanto, de qualquer modo, vá preparado para o frio, até porque já li muitos relatos de turistas que fizeram o mesmo passeio e, realmente, passaram frio no deserto.

Antes de dormir, ainda nos certificamos qual horário deveríamos acordar para ver o sol nascendo. Este momento é mais uma atração da pernoite no deserto e todos os hóspedes costumam  acordar de madrugada para assisti-lo (quase todos, já que Técio não conseguiu se levantar e ficou dormindo).

Ao sair da tenda de madrugada, percebi que a temperatura realmente estava mais baixa lá fora, mas nada perto do que imaginava (nem casaco precisei pegar). Muitos outros hóspedes já estavam posicionados no topo de uma duna, onde o acampamento costuma já deixar algumas cadeiras. 

Como era um momento bem especial e único, preferi o silêncio e a tranquilidade de acompanhar o nascer do sol sozinho, no topo de uma duna que estava vazia. Às vezes, estes momentos de solidão são energizantes, trazendo reflexões que tranquilizam a mente e o espírito. Momento único para nunca ser esquecido.

Acordando super cedo

Céu já clareando

Por trás das dunas, lá vinha o sol


E os dromedários já acostumados, nem se importavam

E o dia raiou

Com o sol já alto, era hora de acordar Técio para nos arrumarmos para o café da manhã (também incluso na diária) e a partida. Voltamos no 4x4 até o mesmo café onde o nosso carro nos esperava, pronto para nos levar até a próxima aventura. 

Voltando para Merzouga


Merzouga na margem oeste de Erg Chebbi

Já no nosso carro, deixando Merzouga e Erg Chebbi para trás

 E, assim, o Saara foi ficando para trás geograficamente, embora ainda esteja bastante presente em nossas memórias.






OBS:
1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.

2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio

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