Menu

sábado, 9 de julho de 2016

O que fazer em Yangshuo

Após o sensacional Li River Cruise, chegamos em Yangshuo e teríamos cerca de 24 horas para explorar a cidade e a região. Embora não fosse tempo suficiente para conhecer tudo que é possível, optamos pelo seguinte roteiro:

Tarde do primeiro dia: após a nossa chegada, passeio por agência de turismo até a Silver Cave, passando pela Moon Hill.

Noite do primeiro dia:  Liu Sanjie Impression Light Show.

Manhã do segundo dia: passeio pela cidade.

Yangshuo me surpreendeu assim que deixamos o barco. Pelo que havia lido sobre a cidade, a imaginava bem menor e menos desenvolvida. Além disso, devido ao feriado do ano novo, ela estava lotada de chineses. Muita gente, muito carro. Um trânsito horrível.

Yangshuo

Pior que, mal chegamos à cidade, e já tínhamos hora marcada para pegar o ônibus turístico até a Silver Cave (por isso, detesto excursões com agências). Tínhamos apenas 1 hora e meia para fazer o check in e almoçar. Pior que nos perdemos para achar o hotel e acabamos nos atrasando. Foi uma correria. Literalmente. Deixamos as mochilas no hotel e saímos em disparada até o local onde deveríamos encontrar o ônibus. O tempo todo, eu arrependido de ter fechado uma excursão. Mas, no final, percebi que foi mesmo a melhor opção.

Fotografando a Moon Hill


Durante o trajeto até a Silver Cave, passamos por campos de plantação de arroz, algo bem tradicional desta zona rural do país. E paramos em um ponto estratégico para apreciar a Moon Hill.

Os chineses estavam tirando uma foto em que fingiam segurar a montanha entre os dedos, algo que me pareceu bem tradicional entre os turistas.

Moon Hill


Minha frustração mesmo foi não subir a montanha, por motivos que expliquei no post sobre o Li River Cruise. São cerca de 800 degraus, mas que, ao que me parece, valem o esforço.

A lógica para se chegar aos pés da montanha não é tão simples. Você pode ir direto de táxi. No entanto, os preços dos táxis em Yangshuo são bem caros e a Moon Hill fica a 8 Km da cidade. Há também a possibilidade de se chegar até ela através do bamboo rafting. Acredito que você possa combinar esta possibilidade, previamente, com a agência.

Você também pode ir por conta própria. Pelo que pesquisei: pega-se uma van no terminal rodoviário com destino a Gaotian, informando ao motorista que se quer descer em Moon Hill. Paga-se apenas 3 CYN. Pega-se a van de volta no mesmo local onde descer. No entanto, alguns receios são inevitáveis: conseguiríamos achar essa van? O motorista conseguiria entender nosso destino, considerando que quase ninguém lá (e isso não é um exagero) fala inglês? E o mais importante: essa informação que encontrei estava mesmo correta?

Informação importante: o acesso aos degraus da Moon Hill abre das 8 às 17:30h e custa 20 CYN.

Por fim, só nos restou mesmo fotografar a montanha obedecendo ao tempo que a guia nos deu para isso.

Moon Hill

Conhecendo a Silver Cave

A Silver Cave está a cerca de 18 Km de Yangshuo e acredito que a melhor forma de se chegar ao local é através de ônibus turísticos. Pelo que pesquisei posteriormente, você pode pegar um ônibus no terminal da Yangshuo com direção a Lipu County e pedir para descer na Silver Cave, mas aí recai os mesmos receios que citei acima quando falei na Moon Hill.

O problema da excursão é seu fator limitante. Falo limitante, pois a guia nos deu apenas uma hora para explorar a caverna. E, embora pareça muito, a trilha que se segue dentro da caverna é extensa (afinal, esta é a maior caverna da região) e há muitas áreas cênicas que merecem uma pausa para admiração. São inúmeras estalactites e alguns grandes salões naturais que ganham ainda mais beleza devido à bela iluminação colorida que adorna os inúmeros recantos da caverna.

Entrada da Silver Cave

Nosso ingresso, comprado na hora e nos fornecido pela própria guia


Entrando na Silver Cave











Neste ponto da caverna, alguém achou que a rocha formava a forma de um buda (??) e a área virou ponto de devoção.






A trilha tem um sentido único e não há como se perder. No dia da nossa visita, para variar, o local estava lotado de turistas, o que atrasou mais ainda a nossa caminhada. No final, tivemos que correr um pouco para terminar o passeio a tempo. Mais um motivo para odiar excursões.







O lado de fora da caverna tem inúmeros locais para se alimentar e para comprar lembrancinhas. Abre das 8:30 às 17:30h e custa 90 CYN (no nosso caso, o ingresso já estava incluso no valor da excursão).

Saímos do interior da caverna durante o por do sol, sendo possível apreciar um pouco a bela imagem do astro descendo por trás das montanhas da região.

Por do sol nas montanhas de Yangshuo


Foi a primeira vez que entramos em um caverna e, talvez por isso, tenhamos gostado tanto. Recomendamos o passeio.

O impressionante Liu Sanjie Impression Light Show

Idealizado pelo cineasta Zhang Yimou, um dos responsáveis pela abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, o show que ocorre todas as noites em Yangshuo, tem como cenário a própria natureza da região: o rio e as montanhas ao fundo. Realizado ao ar livre, centenas de atores encenam o musical, que conta com momentos inspirados, nos quais a criatividade humana aliada a bela iluminação em um cenário natural cinematográfico emociona o público.

A frente do teatro onde acontece o Liu Sanjie Impression Light Show


Baseado numa lenda local (originária do grupo étnico Zhuang), o show retrata um conto-de-fadas que se passa na própria região de Guangxi (onde se localiza Yangshuo) há mais de 1000 anos (durante a dinastia Tang). Liu Sanjie seria a terceira filha de uma família oprimida pelo sistema agrícola da época que, através de sua bela voz, cantava músicas que denunciavam a opressão praticada pelos poderosos da época. Como suas músicas começaram a alertar os menos favorecidos sobre a injustiça do sistema feudal da época, Liu Sanjie começou a ser perseguida e teve que fugir pelo rio Li. Mas ela também encontrou o amor, na figura do jovem A Niu, que, ao ouvir a bela voz de Liu Sanjie, começou a cantar em resposta. Ambos se apaixonaram e tiveram um final feliz.

Você pode estar imaginando se nós, não familiarizados nem um pouco com o idioma e a cultura local, entendemos alguma coisa coisa do show. Resposta: quase nada. O que não diminui, no entanto, a beleza do espetáculo. Não conseguimos entender nada do que estava sendo cantado e, mesmo assim, adoramos. Sobre as músicas, isto acaba sendo bem pessoal. Eu, particularmente, adorei as melodias, o que, obviamente, ajudou na minha imersão.

Quando você chega na arquibancada, tudo está escuro e você não consegue enxergar o rio e as montanhas. E foi exatamente o início do show, um dos momentos mais arrepiantes. A forma como a iluminação realçou as montanhas ao fundo, enquanto a melodia tinha início, foi emocionante.

O cenário natural


Um dos mais belos momentos: barcos sobre o rio representando pescadores.


A maior parte do show ocorre mesmo sobre o rio


Confesso, no entanto, que há dois momentos nos quais o show destoa um pouco do que está sendo apresentado. No primeiro deles, por exemplo, garotas com roupas típicas, formam uma fila logo em frente às arquibancadas e começam a cantar e gritar uma música dissonante que, para nós, não fez o menor sentido. O público chinês, no entanto, pareceu adorar esta parte do show, mostrando, claramente que a percepção do espetáculo depende também de um referencial cultural. Mas parecia mesmo uma dessas apresentações de colégio feita às pressas.

Já os momentos que se passavam sobre o rio eram inspirados. As coreografias, a forma como a luz era utilizada, a melodia das músicas, tudo muito bonito.

Costumam ocorrer dois shows a cada noite: às 19:40 e às 20:50h (mas acredito que o horário varie de acordo com a época do ano). Já com medo de não ter mais ingresso no dia, fiz a reserva por uma das agências que encontrei online: a Yangshuo Insider. O valor de 135 dólares para três pessoas incluía o transfer de e para o hotel. O motorista nos pegou pontualmente uma hora antes do espetáculo. Na verdade, ele chegou primeiro do que nós, já que nossa chegada da Silver Cave atrasou devido ao trânsito intenso nos arredores da cidade. Mais uma vez tivemos que, literalmente, correr até o nosso hotel. Deu para perceber que o dia foi uma maratona, não é mesmo?

Parte do pagamento é realizado antes, através do cartão de crédito (pagamos 33,75 dólares), sendo o restante dado ao motorista, mas em moeda chinesa. Eles explicam tudo por e-mail, informando o valor exato em yuan.

A bagunça mesmo teve início quando chegamos ao teatro. O motorista nos entregou a uma pessoa (nunca descobri se era da agência ou funcionário do teatro), que nos entregou um número oito escrito em um papel. Tivemos que deduzir sozinhos que deveríamos seguir uma placa com este número correspondente para podermos entrar. Uma pessoa segurava uma placa com o número oito e um grupo de pessoas se colocava em torno dela. Fomos o último grupo a entrar e tivemos que correr, porque, simplesmente, faltavam segundos para o início e a arquibancada fica bem afastada da entrada. Mais corre-corre!!

Dá para acreditar que este era nosso ingresso?


Este prédio no interior do complexo nos pareceu um restaurante. Olha a placa com o número oito ali do lado.


O que importa é que deu tempo. Um funcionário (espécie de lanterninha) nos ajudou a encontrar nossos assentos no meio da escuridão e nos sentamos exatamente na hora que começou.

E por falar em assentos, o valor do ingresso varia de acordo com o assento escolhido. Há 5 categorias em ordem crescente de preços: C (restrito para os chineses), B2, B1 (descobertos), A2 e A1 (cobertos). Preferi ser econômico e ficar no B2. O assento é confortável. O único inconveniente é não ser coberto, o que pode ser problema caso comece a chover. De qualquer forma, acredito que o show seja cancelado em caso de chuva forte.

Para acessar o teatro por conta própria, você pode ir de táxi ou mesmo a pé. Fica na East Street, a 30 minutos de caminhada da West Street. Há um site oficial do teatro, mas todo em chinês, de forma que não nos ajudou em nada.

Procurando onde jantar após o show. Olha a multidão na West Street, principal rua da cidade


Passeando pela cidade de Yangshuo

Como deu para perceber durante o relato após nossa chegada em Yangshuo, não houve tempo para percorrer a cidade no primeiro dia. Reservamos, então, o segundo dia para andar pela cidade. Na verdade, a cidade em si é pequena e não há muito o que fazer, sendo a West Street a rua que mais atrai os turistas.

Pelas ruas de Yangshuo, a caminho da West Street


Yangshuo




West Street


West Street


É na West Street onde se concentram inúmeras lojas de artigos e lembrancinhas locais que fazem a alegria dos visitantes. Mas o que mais nos impressionou foram mesmo as lojas de artigos de porcelana. Vasos e conjuntos de chá de muito bom gosto, com pinturas delicadas no que aparentava ser porcelana de boa qualidade. Mesmo não gostando de chá, quase que eu trago um conjunto de tão bonito que era. Já os vasos não resisti. Trouxe para mim e para dar de presente. O preço era bem razoável para a qualidade do produto.

West Street


West Street


West Street


West Street


West Street


Chegamos a West Street ainda no início da manhã e ela estava ainda pouco movimentada. Mas ao longo do dia, ela vai se enchendo de gente (na noite anterior, tivemos um vislumbre da mesma lotadíssima).

Mas não restringimos nosso passeio apenas a esta famosa rua da cidade. Optamos também por passear no que podemos chamar de orla da cidade. Esta área possui uma porção mais alta, onde, inclusive se encontra barracas vendendo artesanato local, e outra mais baixa (acessada por escada), que corresponde ao calçadão onde desembarcamos do Li River Cruise no dia anterior.

Caminhamos pelas duas partes, apreciando a paisagem das montanhas e nos deparando o tempo todo com a arquitetura típica chinesa. Vimos pouquíssimos ocidentais pela cidade. Os próprios chineses formavam o principal grupo de turistas da região.

Já deu para perceber que Yangshuo é toda rodeada por montanhas não é mesmo?


Yangshuo


Yangshuo




Yangshuo


Yangshuo


Yangshuo


Um típico pescador local que utiliza os pássaros cormorões para a pesca. Na verdade, percebemos depois que ele esteva ali para cobrar por fotos com os turistas, o que nos fez questionar se ele era mesmo um pescador.


Enquanto a manhã avançava, o trânsito ficava cada vez mais caótico e as calçadas cada vez mais lotadas. Tudo era bem diferente da que eu esperava. Imaginava uma cidade com aspecto bem mais rural. Mas o que vi foram muitos carros de marcas caras, muito fast food (não esperava ver McDonalds, KFC e Pizza Hut em Yangshuo) e mais estrutura do que imaginava. Portanto, não tenha receio de ir a Yangshuo. A cidade, embora pequena, tem estrutura para receber até mesmo o turista ocidental mais exigente.

Havíamos deixado em aberto o horário para retornar a Guilin. Teríamos tido tempo para tentar algum passeio turístico pela região, seja até os pés da Moon Hill ou até a Yalung Bridge para assistir aos barcos de bambu partindo no bamboo rafting. Mas como tive medo de a logística do passeio acabar deixando para muito tarde nosso retorno a Guilin, acabei desistindo. Afinal, queríamos também passear por Guilin.

Confesso, entretanto, que esta foi uma decisão da qual me arrependo. Pelo que conheci de Guilin, posso afirmar que, se você tiver um tempo restrito para conhecer as duas cidades, o melhor é gastar o máximo de tempo possível em Yangshuo, já que a região em torno da cidade tem muito mais beleza a oferecer do que a cidade de Guilin em si. Fica a dica.

Sendo assim, partimos de ônibus para Guilin, logo após o almoço no Pizza Hut (não suportamos a comida chinesa e preferimos comer massa, sempre uma opção que não tem erro). Seguimos a pé até o terminal de ônibus, sem maiores dificuldades. Mas conto tudo sobre como ir de Guilin para Yangshuo de ônibus em outro post.


OBS:
1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.

2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio



Nenhum comentário:

Postar um comentário