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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Passando pelos serviços de imigração

Um receio comum entre os turistas que estão entrando em um país pela primeira vez é a imigração no aeroporto. Como todos devem saber, apenas o pouso do avião no país de destino e nem mesmo a presença do visto no seu passaporte são garantias de que você terá permissão para sair do aeroporto e entrar legalmente no país. Ao sair do avião, antes mesmo de seguir para a esteira de bagagens, é preciso, primeiro, passar pelo serviço de imigração, onde o oficial decidirá se sua entrada será liberada, colhendo suas digitais, fotografando seu rosto e carimbando seu passaporte.

E aí vem os inúmeros questionamentos: será que tenho todos os documentos necessários? E se o oficial não gostar da minha cara? E como vou fazer para responder às perguntas que me forem feitas se eu não falo a língua local? Será que vão impedir minha entrada?

Em primeiro lugar, não é aconselhável demonstrar muito nervosismo. Se você está entrando no país legalmente, sem segundas intenções e tem todos os documentos necessários em mãos, não tem porque ficar nervoso. Seu nervosismo só vai atrapalhar, uma vez que poderá levantar a desconfiança do oficial que poderá se questionar o que há por trás de tanta ansiedade. Mas eu sei que é fácil falar isso. E como sei!! Eu mesmo costumo ficar bem ansioso, especialmente em países cuja imigração é mais rigorosa! Mas tento fazer o maior esforço para não demonstrar. E até hoje, felizmente, não tive nenhum problema.

Segundo, não minta. Não tem porque. Iludir-se achando que uma resposta fantasiosa será mais vantajosa do que a resposta real apenas aumentará a chance de você ter sua entrada negada. Afinal, se o oficial descobrir que você está mentindo, você terá criado uma enrascada difícil de se livrar. E não se engane: muitas vezes, ele poderá ter acesso a informações que você nem imagina que ele tenha. Portanto, se você não tem nada a esconder, para que mentir?

Terceiro, esteja com todos os documentos necessários em mãos. E, antes de viajar, faça um checklist dos mesmos e confira, mais de uma vez, se estão todos separados. Mas que documentos são esses? Abaixo, listo os documentos que podem ser solicitados pelo oficial da imigração (lembre que, obviamente, o passaporte deverá estar em mãos e ser a primeira coisa entregue ao oficial):

a) Comprovante do voo de volta - através do qual você comprovará o tempo em que pretende permanecer no país.

b) Voucher do(s) hotel(is) ou carta de aceitação do dono da residência (familiar ou amigo) onde você ficará hospedado 

c) Seguro viagem - cobrindo possíveis despesas médicas

d) Dinheiro e/ou cartão de crédito/débito - você poderá ser solicitado a comprovar que terá como se manter financeiramente no país durante o período da viagem.

Estes são os documentos padrão, mas, dependendo do país (alguns exigem o Certificado Internacional de Vacinação, como explico neste post) e do motivo da sua viagem (por exemplo, se você está viajando para estudar, poderá ser requisitado uma carta de aceitação do curso ou universidade), outros documentos poderão ser necessários. E, se você estiver viajando em um grupo de amigos ou de familiares não diretos (pais, filhos ou cônjuges), cada um terá que passar sozinho pela imigração, de forma que recomendo que cada um tenha uma cópia dos documentos necessários, mesmo que, por exemplo, apenas um voucher do hotel seja necessário para a hospedagem.

Quarto, não se estresse tanto se você não falar a língua local e/ou inglês. Isso é um fator limitante? Claro que sim. Mas não é motivo para não entrar no país de destino, embora possa retardar um pouco o seu tempo no setor de imigração. Às vezes, você terá a sorte de pegar um oficial simpático que tentará te entender. Outras vezes, você será encaminhando para algum outro oficial que fale sua língua ou alguma outra de mais fácil entendimento por você. Eu mesmo, falo pouco inglês, mas o suficiente para responder às perguntas de praxe, o que nos leva diretamente para a quinta e última dica: tenha em mente as perguntas mais prováveis de serem feitas pelo oficial da imigração. São estas, as mais comuns:

a) Motivo da viagem (turismo é a resposta mais comum)
b) Tempo de permanência no país e data do retorno
c) Local de hospedagem
d) Quantidade de dinheiro que você está trazendo
e) Com quem você está viajando

Obviamente, variações podem ocorrer: já me perguntaram quais cidades no país eu pretendia conhecer, como eu me deslocaria entre as cidades e qual a minha profissão. Mas as perguntas elencadas acima costumam ser as mais frequentes.

Abaixo, conto um pouco da minha experiência e das particularidades nos serviços de imigração de alguns países por onde passei.

01. Estados Unidos

Um dos mais temidos serviços de imigração. Os oficiais americanos, realmente, parecem ser mais rigorosos, o que é justificado pelo intenso controle anti-terrorista no país. No entanto, pelo que venho percebendo, a liberação de brasileiros para a entrada nos EUA é bem maior do que antigamente, quando muitos tentavam entrar no país com objetivo de lá permanecer e trabalhar. Não conheço ninguém que tenha tido sua entrada impedida. E, comigo, nas 4 ocasiões em que viajei para lá, o procedimento foi bem tranquilo e apenas as 5 perguntas listadas acima me foram feitas. 

02. Canadá

O que me surpreendeu na imigração canadense foi ter sido questionado sobre detalhes do roteiro no país, como a sequência das cidades que visitaria e o meio de transporte que usaria entre as mesmas. Além disso, uma amiga que viajava junto foi encaminhada para uma outra sala ao informar que não falava inglês. Lá, um oficial fez as perguntas em espanhol e o procedimento demorou cerca de 3 vezes mais do que comigo. Mas a entrada foi liberada sem problemas.

03. Países da América Latina

Bem menos perguntas são feitas nos países latino-americanos e, na maioria dos casos, apenas o motivo da viagem me foi questionado (ao entrar por terra, no Chile e no Peru, nada me foi perguntado). Apenas na Argentina, lembro de ter sido solicitado a mostrar o voucher do hotel em que me hospedaria. Ainda neste país, vale ressaltar que há uma fila específica para os estrangeiros vindos de países que compõem o Mercosul, como Brasil e Uruguai.

04. Países da Europa (Espaço Schengen)

Para quem não sabe, existe um acordo entre vários países europeus, o Acordo de Schengen, que permite a livre circulação entre os países participantes. Desta forma, ao chegar à Europa por um desses países, basta passar pela imigração local, sendo permitida, a partir da sua liberação, a sua entrada nos demais países integrantes do acordo, sem a necessidade de um novo procedimento de imigração. Como entrei todas as vezes, na Europa, por Portugal, tive a facilidade do idioma ser o mesmo. De qualquer forma, poucas perguntas me foram feitas e a imigração foi bem tranquila. Lista de países que compõem o acordo:



Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Islândia, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Países Baixos, Polônia, Portugal, República Tcheca, Suécia, Suiça

05. Reino Unido

Vale ressaltar que o Reino Unido não faz parte do Acordo de Schengen, de modo que a passagem pelo setor de imigração é obrigatório seja qual for a forma de entrada no país: avião, barco ou trem. De todos, considero este o mais complicado serviço de imigração. Primeiro porque o número de questionamentos é bem maior do que o de qualquer outro país que já visitei. Segundo porque é recomendado que você leve uma quantidade maior de documentos, especialmente comprovantes de renda. Afinal,  embora não seja exigido visto com antecedência, o procedimento na entrada do país corresponde a uma espécie de visto fornecido localmente, o que justifica as inúmeras perguntas feitas e reforça a necessidade de você ter documentos que comprovem vínculos no seu país de residência. Entrei na Inglaterra por trem e, ainda no continente, um oficial me fez várias perguntas a respeito da minha vida no Brasil, incluindo profissão e renda. Ao chegar em Londres, mais perguntas me foram feitas (embora em menor quantidade). Não tive problemas e, embora eu estivesse bastante ansioso, os oficiais foram gentis.

À medida que for tendo novas experiências com serviços de imigração, vou atualizando este post.

Por fim, fica a dica: mantenha-se calmo, responda apenas o que perguntarem, nunca minta e tenha todos os documentos em mãos. Desta forma, você aumenta bastante a chance de passar sem problemas pela imigração, começando de forma tranquila a sua viagem.


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