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segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Dicas práticas sobre Mykonos

Nós sabemos que a Grécia é recheada de ilhas espalhadas pelo seu litoral (são milhares delas), mas na hora de escolher, Mykonos costuma ser uma das primeiras opções entre os turistas. Motivo para a chamada Ilha dos Ventos ser tão famosa não são poucos: suas típicas casinhas brancas, com janelas e portas azuis, separadas por estreitos caminhos de pedra; as inúmeras praias de água azul e cristalina espalhadas por suas costa; sua vida noturna agitada que faz a alegria dos que procuram badalação. E, assim, a ilha agrada a todo tipo de turista, desde os que procuram apenas tranquilidade até os que buscam agitação.

Queríamos morar numa dessas casinhas brancas com portas azuis de Mykonos


Fazendo parte do arquipélago das ilhas cíclades, juntamente com Santorini, outra famosa e disputada ilha grega, Mykonos tem como vantagem sobre a segunda o fato de suas praias serem mais bonitas e mais propícias para o banho. O único problema mesmo será o frio das suas águas, de modo que, fora do alto verão, o turista acabará desencorajado a entrar na água (nós, por exemplo, visitamos a ilha no mês de maio e, embora o clima estivesse agradável e andássemos sempre de bermuda e camiseta, os fortes ventos associados ao frio da água, acabaram por nos fazer desistir de tomar banho de mar em todas as praias que visitamos).

Além disso, as praias de Mykonos prezam pela diversidade. De praias voltadas para o público LGBT até prais de nudismo, a ilha acaba mesmo agradando todo e qualquer turista.

Portanto, muito provavelmente, você acabará incluindo Mykonos no seu roteiro pela Grécia e, como forma de ajudá-lo, vamos dar, abaixo, algumas dicas práticas sobre a ilha:

A geografia de Mykonos


Com uma área de cerca de 85 Km quadrados, Mykonos se localiza no Mar Egeu, a cerca de 150 Km de Atenas (que se encontra a noroeste da ilha) e a também 150 Km de Santorini (que se encontra ao sul da ilha). Com um clima predominantemente mediterrâneo, a temperatura na ilha atinge graus elevados no ápice do verão (época em que Mykonos costuma ficar lotada). Já de outubro a março, faz frio, de forma que não são meses indicados para se visitar a ilha. Os ventos podem ser bem intensos no local, justificando a alcunha de Ilha dos Ventos (e nós entendemos muito bem este apelido, como detalharemos mais abaixo).

Mykonos, com seus 85Km quadrados de extensão


A maior parte da população da ilha se concentra em sua capital, que pode ser tanto chamada de Chora como de Mykonos mesmo. Esta cidade é a que aparece em todas as fotos da ilha, já que é nela que se concentram as casinhas típicas do local. Chora localiza-se na costa oeste da ilha, o que permite uma ótima vista do por do sol a partir do seu litoral.

No mapa, pode-se ver, demarcada, a pequena e charmosa cidade de Chora, na costa oeste de Mykonos

Chora, a principal cidade de Mykonos


Há outras pequenas vilas na ilha, concentradas, em geral no litoral, enquanto o interior é menos habitado e bem menos visitado. Há muitas praias que merecem uma visita, seja pela beleza seja por uma característica específica, como ser ponto de encontro para baladas que entram pela madrugada seja por oferecer a opção da prática de nudismo. As principais costumam se localizar a menos de 30 minutos de carro a partir de Chora, estando ao norte, como Agios Sostis, ou ao sul,como Paraga, Paradise (famosa pelas baladas) e Elia (voltada ao público LGBT).

Paraga Beach, umas das praias mais visitadas de Mykonos

Paradise Beach. Pena que o vento intenso e a temperatura baixa da água desencorajava nosso banho nesse mar


Há dois portos principais em Mykonos: Old Port, localizado em Chora; e New Port (ou, simplesmente, Mykonos Port), localizado um pouco mais afastado, ao norte de Chora e de onde chegam e partem os principais ferries que conectam Mykonos a Atenas e às demais ilhas.

Mapa mostrando a localização do Porto de Mykonos (ao norte de Chora) de ontem chegam e partem os ferries para Atenas e as demais ilhas gregas

Como chegar a Mykonos


Um modo de se chegar à ilha é óbvio: os ferries, que partem, diariamente, de Atenas até a ilha levando inúmeros turistas (e seus veículos, se for o caso). Mas, se você quiser chegar mais rapidamente à ilha, pode ir para lá de avião. E, muitas vezes, o preço da segunda opção acabará sendo equivalente ou até mais barato do que o dos ferries.

Chegando a Mykonos de ferry

Há três empresas principais que operam ferries para e a partir de Mykonos: 

1. Superjet: possui os barcos que fazem mais rapidamente o trajeto, em torno de 2:45h. Mas, por conta disso, acaba custando mais caro (na época da nossa pesquisa, custava 60 euros por pessoa).

2. Blue Star Ferries: o tempo de trajeto entre Atenas e Mykonos costuma ser de 6 horas. O valor da passagem é quase a metade da oferecida pela Superjet.

3. Hellenic Seaways: costuma ter um tempo de trajeto um pouco menor do que a anterior, embora com preços compatíveis.

Obviamente, recomendo que você cheque os preços e disponibilidade de horários de cada uma das três empresas para escolher o que melhor se adapta ao seu roteiro e ao seu bolso. 

Na hora de fazer a pesquisa, lembre-se de especificar não a cidade, mas o porto de origem ou destino. No caso de Atenas, o porto costuma ser o Piraeus. Em Mykonos, leva o nome da própria ilha, sendo o desembarque realizado no New Port, que já especifiquei acima. Muitos hotéis contam com serviço de transfer do porto até o hotel e vice-e-versa, muitos gratuitos. Portanto, procure saber sobre a disponibilidade do serviço com o seu hotel para tentar economizar na hora da sua chegada.

De qualquer modo, há ônibus público que vai até o porto, caso seu hotel não disponibilize o transfer e você queira economizar.

Mykonos Port. Percebam que há uma parada para o ônibus público


Caso sua origem (ou destino) não seja Atenas, mas sim outra ilha, basta pesquisar, nas mesmas companhias, a disponibilidade de ferries que possam fazer o trajeto pretendido. Santorini, por exemplo, possui conexão direta com Mykonos.

Se tiver feito a compra pela internet, lembre-se de trocar seu voucher pelos tickets no guichê específico da companhia. E de perguntar ao funcionário qual será o número da plataforma de embarque (no dia em que fomos pegar o ferrie para Santorini, os dois funcionários eram muito antipáticos, deram um número de plataforma que, simplesmente, não existia e se recusavam a dar qualquer outra explicação, deixando dezenas de turistas perdidos pelo porto, já que o ferrie estava atrasado e ninguém conseguia nenhuma informação. Impressionante como não encontramos um único funcionário do sistema de transporte grego que fosse, no mínimo, simpático).

Guichê para fazer a troca do voucher pela passagem no ferry

Chegando a Mykonos de Avião

De Atenas, partem voos diários para Mykonos, com valores que podem ser equiparados com as passagens de ferries, tendo a vantagem de economizar o seu tempo, já que o trajeto pelo ar dura menos do que 50 minutos.

Companhias aéreas, como as gregas Aegean e Olympic e a low cost europeia Ryanair, fazem o trajeto. Comprando com antecedência por esta última, você pode não gastar mais do que 100 reais. Mas lembre-se de que empresas como a Ryanair cobram para despachar bagagem

No nosso caso, acabamos optando pelo avião, já que o preço da passagem estava compatível com os ferries (mesmo pagando pelo direito de despachar uma mala de 23 Kg), além de economizar bastante tempo de trajeto.

O aeroporto de Mykonos fica a cerca de 3 Km do centro. Há táxis no local, mas, como já especifiquei acima, recomendo bastante que você procure saber se o seu hotel disponibiliza transfer. O nosso hotel, por exemplo, disponibilizava transfer gratuito e o motorista estava prontamente nos aguardando assim que desembarcamos.

O único inconveniente mesmo do avião foi o pouso. Quem nos conhece sabe que temos medo de voar e nossa experiência ao aterrizar em Mykonos foi uma das nossas piores. Isto por causa dos famosos ventos da ilha. Pelo visto, Éolo, deus grego dos ventos, estava bem enfurecido naquele dia, fazendo o nosso avião se inclinar e balançar de um lado para o outro enquanto acelerava na tentativa de vencer a ventania e conseguir pousar.

Sinceramente, não sei até hoje como o piloto conseguiu pousar. Nunca vi um avião a tanta velocidade já tão perto do solo. A sensação era a de que a aeronave iria se espatifar contra o solo. Foi horrível e fiquei tremendo por um bom tempo. Só quando cheguei ao hotel é que consegui relaxar. E acredito que esta é uma experiência não tão rara por lá. Sinceramente, num próximo retorno a Mykonos, escolheremos o barco para não arriscar passar por isto novamente (sim, somos dramáticos!).

Outra forma de se chegar a Mykonos é através dos inúmeros cruzeiros que percorrem as ilhas gregas, já que ela costuma ser parada quase obrigatória deste tipo de passeio. O problema, neste caso, é que você terá pouquíssimo tempo para passear pela ilha. Já tive esta experiência e o tempo dado para passear por Chora não ultrapassou as duas horas. Sinceramente, não acho que valha à pena. Melhor mesmo é poder conhecer a ilha com calma, pernoitando por, pelo menos, uma noite.

São muitos os cruzeiros que passam por Mykonos na alta temporada


Onde se hospedar em Mykonos

Sem dúvidas, o lugar mais concorrido para se hospedar na ilha e, por isso, o que concentra o maior número de hotéis é Chora. Você ficará bem próximo das típicas casinhas brancas, dos famosos moinhos da ilha, da clássica Little Venice e ainda estará a poucos quilômetros do aeroporto e do New Port. Serão inúmeras as opções de restaurantes ao seu redor, o por do sol poderá ser apreciado da própria orla da pequena cidade e você ainda estará próximo a inúmeros agências, locadoras de veículos e lojas que fazem a alegria dos mais consumistas.

Nós nos hospedamos no Magas Hotel, com excelente custo-benefício. Por apenas 30 euros a diária, tivemos acesso a um quarto simples, mas limpo e confortável. Havia transfer gratuito para nos pegar e nos levar para o porto ou o aeroporto (tanto nos pegaram no aeroporto quando chegamos como nos deixaram no porto para pegar o ferry para Santorini na nossa despedida da ilha). O café da manhã não era muito farto, mas era suficiente e justo para o valor. E, na nossa chegada, bem antes do tempo especificado para o check in, não apenas nos forneceram de imediato o quarto (e ainda não era nem 9 horas da manhã) como também nos ofereceram o café-da-manhã, ao qual não tínhamos direito ainda.

O Magas Hotel, onde nos hospedamos


Nosso quarto no Magas Hotel. Simples, mas limpo e confortável.


Infelizmente, o hotel é um pouco afastado do centro, a cerca de 5 minutos a pé, tendo o inconveniente de estar no alto de uma ladeira, o que cansa um pouco durante a volta. Mas nada que não faça valer à pena o excelente custo-benefício da hospedagem. Indico bastante para quem quer economizar na ilha.

Mas vale ressaltar que Chora não é a única opção de local para se hospedar em Mykonos. Se você preferir ficar em um local mais calmo, à beira do mar, há hotéis ou hostels nas principais praias da ilha. Só esteja ciente de que você precisará lançar mão de algum transporte para chegar a Chora. E é aí que chegamos na nossa próxima dica:

Como se locomover em Mykonos

Se seu tempo na ilha for restrito e sua intenção for a de apenas passear por Chora, os pés serão seu único meio de locomação, já que a vila é pequena e pode ser facilmente percorrida a pé, assim como o caminho até os moinhos que se encontram bem próximo ao centro.

Mas se você quiser visitar algumas das praias de Mykonos, aí terá que lançar mão de outra forma de locomoção. E aqui deixo duas opções:

1. Veículo alugado: no caso de Mykonos (assim como de outras ilhas), é popular o aluguel de quadriciclo. É barato, prático e fácil de estacionar. Confesso que nos arrependemos de não ter alugado um, pois teria facilitado bastante os nossos trajetos. Talvez, tivéssemos até conhecido mais praias da ilha.

2. Ônibus público: há ônibus diários fazendo o caminho entre Chora e as principais praias de Mykonos. O problema, como bem percebemos, é que os horários fixos acabam limitando o nosso tempo. Você acaba tendo que ficar mais ou menos tempo do que queria em uma praia, por exemplo, já que tem que depender do horário do próximo ônibus. Outra questão a ser considerada é que a frequência dos ônibus é bem maior durante a alta temporada, entre junho e agosto. Fora deste período, há menos ônibus circulando e, para algumas praias, eles nem mesmo funcionam. Em maio, pro exemplo, quando visitamos a ilha, sofremos com este problema, o que fez a gente se arrepender bastante de não ter alugado um quadriciclo.

O ponto de ônibus em Chora se chama Fabrika (localização mostrada no mapa abaixo). Os ônibus partem também dos dois portos principais da ilha. Os horários costumam estar fixados em cada parada, embora estivessem errados no caso de Old Port. Na internet, as informações sobre os horários também podem não ser confiáveis, já que variam conforme a época do ano. A dica, portanto, é seguir até a parada e verificar os horários e destinos disponíveis, de preferência com alguma funcionário.

Localização do terminal de ônibus de Chora, Fabrika, de onde partem os ônibus para as praias de Mykonos
Fabrika, o ponto de ônibus de Chora, de onde os veículos partem para as inúmeras praias de Mykonos


Aconselho também a fotografar os horários, uma vez que, nas praias de destino não costuma haver a informação dos horários, que você precisará saber para não perder o transporte de volta. Também é importante saber que você pegará o ônibus de volta a Chora no mesmo ponto onde desceu.

Fotografando os horários dos ônibus para as diversas praias em Fabrika (este é o local onde você encontrará as informações mais confiáveis sobre os horários).

Espero ter podido ajudá-los no planejamento da sua visita a Mykonos com estas dicas. Nos próximos posts contaremos como foram as nossas visitas a Chora e às praias da ilha.




OBS:
1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.

2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio

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