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terça-feira, 24 de novembro de 2015

Pelos palácios de Viena: Schönbrunn e Hofburg

E bem no início de novembro, chegávamos à imponente Viena. E que época deliciosa para se conhecer a capital austríaca. Sem muitos turistas lotando as atrações e com o colorido especial do outono, a única ressalva era a sensação térmica mais fria às custas do vento que permeia a cidade, provavelmente, decorrente das ruas mais largas e de mais espaços abertos que compõem a capital austríaca.

Ficamos hospedados bem próximo a uma das principais estações de trem da cidade: a Westbahnhof, localizada ao longo da Mariahilfer Strasse, importante avenida comercial da cidade. O hotel escolhido foi o Ibis Wien Mariahilf, que mantém o padrão da rede e tem como enorme vantagem a localização próxima a duas estações de metrô (algo essencial em Viena, como explicado nesse post).

E, mal chegamos ao hotel, vindos de trem a partir do aeroporto, foi só o tempo de fazer check-in e tomar banho para sairmos rumo ao nosso primeiro destino em Viena: o fabuloso Palácio de Schönbrunn. Aliás, para este dia, eu havia também selecionado o Palácio Imperial de Hofburg para conhecer, deixando o terceiro deles, o Belvedere, para o dia seguinte.

Palácio de Schönbrunn



Construída para ser a residência de verão de umas das mais importantes dinastias imperiais da Europa, a dinastia dos Habsburgo, que governou o Império Austro-Húngaro do século XIII ao século XX, o Palácio de Schönbrunn passou por algumas reformas (antes e após a destruição causada pela invasão turca em 1683), até atingir o formato arquitetônico atual a partir de 1744, quando a Imperatriz Maria Theresa, considerada uma nobre de apurado bom gosto, resolveu transformar o palácio em um verdadeiro símbolo da elegância, imponência e requinte austríacos. E, assim, a residência de verão da família Habsburgo tornou-se muito mais suntuosa do que o próprio palácio sede do governo imperial, o Hofburg, localizado no centro histórico da cidade.

Erguido em um bosque, no qual os antigos imperadores austríacos caçavam, o Palácio de Schönbrunn tem como um dos seus marcos, o seu "quintal". Quer dizer, chamar aquilo de quintal é o cúmulo do eufemismo. É, na verdade, uma enorme área gramada, com um bosque margeando-a de cada lado, uma imponente fonte no seu centro (a Fonte de Netuno) e, atrás desta, uma pequena colina, com mais uma belíssima construção em seu cume: o Gloriette. Além dos jardins no estilo francês (que, certamente, devem ser muito mais belos na primavera e no verão) e fontes, a área externa do palácio conta ainda com um labirinto verde, uma réplica de ruínas romanas, um laranjal e um zoológico. ("pequenos" caprichos da Imperatriz Maria Theresa).

O Gloriette




A área dos parques verdes e jardins são abertas para a população, que se utiliza da área para a prática de atividade física. Vimos inúmeros habitantes da cidade fazendo jogging pela área externa do palácio. Não é preciso, portanto, pagar para visitar estas áreas comuns. No entanto, é bom checar os horários em que a área do Parque de Schönbrunn abre e fecha seus portões no site oficial; horários estes que variam conforme a época do ano.

Agora, se você faz questão de conhecer o interior do palácio, será necessário pagar um dos 3 tipos de ingressos abaixo:

1. O Imperial Tour (12,90 euros) - visita-se 22 cômodos, com direito a audio-guia
2. O Grand Tour (15,90 euros) - visita-se 40 cômodos, com direito a audio-guia
3. O Grand Tour with guide (18,90) - adiciona um guia à opção anterior

Como seriam três palácios para visitar, optamos por conhecer o interior de apenas um deles: o de Hofburg. Mas para quem tiver tempo e dinheiro de sobra e achar que não ficará entediado com o interior de tantos palácios, conhecer os três está valendo. 

O zoológico do parque, fundado em 1752 e, portanto, o mais antigo do mundo, também exige a aquisição de um ingresso para ser visitado, no valor de 16,50 euros.

E, como é possível perceber, há tanta coisa para se fazer no Palácio de Schönbrunn e no seu parque, que é possível passar o dia inteiro aqui. Inclusive, há um café funcionando no Gloriette, com direito a refeições. E, pela espiada que dei no menu, os preços não são mais altos do que os encontrados nos cafés e restaurantes do centro da cidade. 

E para chegar no palácio, mesmo sendo a atração mais afastada do centro, é super fácil. Basta pegar a linha U4 do metrô até a estação Schönbrunn, Siga as setas de saída da estação e o palácio já estará a sua frente. Basta seguir à direita (de quem sai da estação), pela calçada, que você chegará facilmente aos portões. E, se você acha que a fachada do prédio já o está impressionando, espere até dar a volta até a área de trás, onde se encontra o "humilde" quintal de Maria Theresa. Para isso, basta seguir para a lateral esquerda do palácio. Aqui você já encontrará lindos jardins. Aliás, a desvantagem de se visitar o lugar no outono, é perder parte da beleza que os jardins devem ter nos meses mais quentes do ano. Por outro lado, o outono tem uma beleza tão única e especial, que, embora de forma diferente, não deixa de encher os olhos. E, para nós brasileiros, que não convivemos com esta bela estação do ano, é uma oportunidade única de se caminhar sobre as folhas secas do outono.

Seguindo em direção aos portões, após sair da estação de metrô

Chegando aos portões

Área externa do palácio vista logo após atravessar os portões


Caminho presente na lateral esquerda do palácio (seguindo em frente, se sai da área do palácio)

Lateral esquerda do palácio






Chegando na parte de trás do palácio, nos encantamos de imediato com a beleza do Gloriette no alto da colina. E vale muito a pena caminhar até ele. Pois, lá do alto, tem-se uma bela vista do Palácio de Schönbrunn e de Viena ao fundo. Claro também que não resistimos a explorar um pouco o bosque que margeia os dois lados e brincar com as folhas amareladas que cobriam totalmente o chão, enquanto vienenses passavam se exercitando pelo parque.

Chegando ao "quintal" de Maria Theresa (ao fundo, no alto da colina, o Gloriette)


Subindo a colina em direção ao Gloriette

Ah! O Outono!!



No caminho para o Gloriette, ainda nos deparamos com a imponente Fonte de Netuno que, infelizmente, estava desligada em virtude da época mais fria que se aproximava (mais uma desvantagem de se visitar Viena nesse período do ano).

Fonte de Netuno



Chegando ao Gloriette

Vista do palácio e da cidade a partir do alto da colina




Para quem quiser explorar todos os recantos do parque, vale a pena ter o mapa do local. Basta clicar nesse link para ter acesso ao mesmo em maior escala. Abaixo, uma versão reduzida, retirada do site oficial.



Aliás, não se engane pela escala do mapa visto acima. Toda a área do parque é enorme. E, por toda sua beleza e importância histórica, não é a toa que é considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

É possível, portanto, imaginar que, a esta altura, já estávamos encantadíssimos com Viena. Sem dúvida alguma, uma ótima escolha para começar nosso tour pela capital da Áustria. Toda a beleza arquitetônica, a convivência harmoniosa com a natureza e o requinte da cidade sintetizados em um único lugar.

Era hora de seguir para o segundo palácio do dia: o Hofburg. Mas, no caminho, resolvemos andar um pouco pelo Ringstrasse (anel viário que circunda o centro e sobre o qual falei neste post). Para isso, descemos na estação Karlsplatz e, a partir daqui, seguindo pela Karntner Strasse, logo chegamos ao Ringstrasse que, nesse ponto, recebe o nome de Opernring, em decorrência da Ópera de Viena, que já aparece com toda sua imponência nesse ponto do anel viário. A Karntner Strasse, por sua vez, importante rua da cidade e que abriga diversas lojas das mais variadas marcas, continua, passando ao lado da Opera, em direção a Stephenplatz, o coração do centro de Viena, como falarei mais abaixo.

A Opera de Viena tem inúmeros espetáculos, entre famosas operas e balés, e vale a pena checar a programação no site oficial para a época em que você estiver na cidade. Infelizmente, não nos interessamos pelo programa nos dias em que estivemos na cidade a ponto do valor a ser pago valer a pena.

A seta vermelha indica a Opera de Viena

Note, pelo mapa acima, que logo atrás da Opera de Viena, está o famoso Cafe Sacher, cuja fama deve-se à criação de um dos pratos típicos de Viena, a torta Sacher, fartamente encontrada não apenas na Áustria mas por toda Europa Central. E, logo ao lado do Cafe Sacher, localiza-se a Galeria Albertina, um importante museu de arte, que alberga obras-primas clássicas. E, em frente ao museu, ainda na própria Opernring, está um dos mais belos parques da cidade: o Burggarten, para onde seguimos após almoçar em um restaurante de frente para a Opera.

Opera de Viena



Não sei como o Burggarten fica na primavera e no verão, mas no outono ele estava radiante. Árvores com folhagens de inúmeras tonalidades adornavam o parque, com destaque para uma à beira do pequeno lago. Um cenário que mais parecia um sonho. Aqui também fica a estátua de um dos mais famosos músicos do mundo: Mozart. Austríaco, nascido em Salzburg, o gênio da música clássica que começou a compor aos 5 anos de idade, viveu seus últimos 10 anos em Viena, onde atingiu o ápice da sua fama.

Burggarten






O prédio visto ao fundo (na lateral do parque) já faz parte do Palácio Imperial de Hofburg

Estátua de Mozart



E ali, bem ao lado do Burggarten, já estava o Palácio Imperial de Hofburg. Na verdade, um complexo imperial que envolve: o palácio em si (antigo centro do poder e residência de inverno dos imperadores da dinastia dos Habsburgo e atual residência do presidente do país); os aposentos imperiais e o Museu de Sissi; a Biblioteca Imperial; a Escola de Equitação.

As setas indicam a fachada do Palácio Imperial e o local de acesso ao Museu de Sissi e aos aposentos imperiais (ambos com acesso pelo mesmo local, utilizando um ingresso único)

Assim que se acessa a área externa do Hofburg, você logo se depara com a fachada do Palácio Imperial, o qual não é possível visitar. E bem de frente ao palácio está mais um importante parque da cidade: o Volksgarten, que separa a atual sede da presidência austríaca de dois outros importantes prédios do governo: o Parlamento e o Rathaus (a prefeitura de Viena), mas que apenas visitaríamos no dia seguinte. Toda a visão desta área externa do complexo de Hofburg chamou a nossa atenção, especialmente as torres do Rathaus despontando logo atrás das árvores do Volksgarten, estando todo o cenário emoldurado pelas cores do ocaso que, às 16:30h, já se encontrava no seu auge (mais uma desvantagem de se visitar a Europa em novembro: dias mais curtos).

Fachada do Palácio Imperial de Hofburg



Volksgarten e Ratahus vistos a partir do Hofburg


Com a posse do ingresso para o Museu de Sissi em mãos, comprado antecipadamente pela internet no site oficial do Hofburg (com a vantagem de não precisar marcar dia ou horário), seguimos para a entrada do museu (caminho indicado no mapa abaixo). 

As setas indicam o caminho para acessar o Museu de Sissi (representado pelo nome Hofburg, no mapa). Perceba que você terá que atravessar parte do prédio do palácio. Na verdade, há, neste ponto, um pequeno túnel que permite a passagem de pedestres, carros e charretes, chegando-se na área mostrada na foto abaixo



A charrete segue pelo sentido oposto ao nosso, em direção ao pequeno túnel que atravessa o prédio (visto na lateral esquerda da foto ou, pelo menos, quase visto!!!)

Para chegar à entrada do museu, você deve se manter em linha reta, passando por algumas lojas de souvenir de ambos os lados, até chegar a um saguão, cujo teto corresponde à cúpula mostrada na foto abaixo:



Entrada do Museu de Sissi


Mas quem exatamente foi Sissi? Elizabeth (seu real nome) foi a esposa de Francisco I (Imperador da Áustria no século XIX), famosa, no reino, por sua beleza, mas que ficou mundialmente famosa após o filme Sissi de 1955, que romantizou a vida da Imperatriz Austríaca. Com um fim trágico, Sissi foi assassinada em Genebra por um anarquista italiano, mas até hoje é um dos personagens mais marcantes e vivos da história austríaca, havendo várias referências à imperatriz pela cidade, com direito a um museu que conta parte da sua história.

A visita ao Museu de Sissi começa com a exposição de vestidos, réplicas de jóias e pertences da imperatriz austríaca. Várias pinturas que retratavam sua rica vida na corte são expostas nas paredes. Um audio-guia é fornecido na recepção sem custo adicional para quem quiser ouvir mais detalhes sobre a imperatriz que, ao que parece, teve uma vida infeliz na corte. Mais uma prova de que beleza e riqueza não são suficientes para tornar contos de fada reais.

Já dentro do palácio



Segue-se, então, a visita aos aposentos imperiais, com destaque para os enormes dormitórios de Sissi e do seu esposo (sim... eles dormiam em quartos separados). Todo o luxo da nobreza austríaca é estampada durante o passeio, em gigantescos cômodos, bastante semelhantes aos presentes em outros palácios ao redor da Europa. O tour termina numa luxuosa sala de jantar, com a mesa posta com requintados pratos e talheres, castiçais, lustres e detalhes dourados (será ouro?) adornando o teto. 



Confesso não ter tido paciência (nunca tenho) para ouvir os audio-guias. Prefiro absorver poucas e permanentes informações sobre o lugar do que receber uma enxurrada de informações de uma só vez que, certamente, se dissiparão tão rápido quanto foram fornecidas.

O tour pelo Museu de Sissi custa 12,50 euros, aumentando para 15,90 caso você o queira com um guia. Uma opção de ticket para quem pretende visitar o interior dos dois palácios: o de Schönbrunn (visitando os 40 cômodos) e o de Hofburg é comprar o chamado Sisi Ticket, no valor de 28 euros, e que ainda dá direito a uma terceira visita: o Imperial Furniture Collection. Mais informações neste link. Aconselho que os horários de funcionamento, na ápoca da sua viagem, sejam checados no site oficial

Saímos do passeio pelos aposentos imperiais e já era noite. Mas ainda havia tempo para conhecer outra parte do complexo de Hofburg: a Biblioteca Nacional da Áustria. Considerada uma das mais belas bibliotecas do mundo, este é, infelizmente, um local pouco visitado pelos turistas que vão à capital austríaca. Mas além de valer muito a pena, ele está bem próximo das principais atrações da cidade e sua visita costuma ser curta. Portanto, fica a dica: não deixe de visitar esta belíssima biblioteca, fundada ainda na Idade Média pela família Habsburg.

O ingresso custa 7 euros (4,50 para estudantes). Aqui tivemos sorte e a funcionária da bilheteria fez o valor de estudante para nós, já que a biblioteca esta próximo do horário de fechamento e teríamos pouco tempo nela. Tivemos dificuldade para encontrar a entrada da biblioteca. Deixo abaixo, portanto, a indicação no mapa de como acessar esta atração.

Saindo pelo local de acesso ao Museu de Sissi e chegando a Michaelplatz, basta pegar à direita e seguir conforme indicam as setas em vermelho

Local super escondido a partir do qual se tem acesso à Biblioteca Nacional. Basta seguir até a bilheteria que fica à esquerda após se entrar no prédio. A funcionária indicará o caminho para acessar a sala da biblioteca






Para terminar a noite, seguimos para a Stephenplatz, onde se localiza a Catedral de St Stephen. Aqui é o local mais movimentado de Viena durante a noite. E quanto mais você se afastar dessa área, menos pessoas você verá. 19 horas e quase ninguém na rua. 20h e Viena parece uma cidade fantasma. Fico imaginando como deve ser na época de inverno rigoroso.





Mas em torno da Stephenplatz, há vários cafés e restaurantes. Algumas lojas ainda podem ser encontradas abertas. E, aqui, aproveitamos para entrar no primeiro café em Viena, terminando nosso primeiro dia na capital austríaca em grande estilo, experimentando a famosa torta Sacher.



Torta Sacher (mas não a original, servida apenas no Café Sacher, onde costuma vir acompanhada com chantilly)
PARA SE PLANEJAR:

1. Palácio de Schönbrunn

Horário de funcionamento: varia conforme a época do ano. Checar no site oficial.
Entrada: 12,90 euros (Imperial Tour) e 15,90 (Grand Tour)
Como chegar: de metrô (linha U4 até a Estação Schonbrunn)

2. Hofburg - Museu de Sissi e Aposentos Imperiais

Horário de funcionamento: varia conforme a época do ano. Checar no site oficial.
Entrada: 12,50 euros
Como chegar: de metrô (linhas U2 ou U3 até a Estação Volksgarten se quiser acessar a partir do Ringstrasse ou linha U2 até a Estação Herrengasse se quiser acessar por trás do complexo imperial) ou a pé a partir da Stephenplatz.

3. Biblioteca Nacional da Áustria

Horário de funcionamento: abre diariamente das 10 às 18h (exceto nas quintas, quando abre das 10 às 21h)
Entrada: 7 euros
Como chegar: de metrô (linha U2 até a Estação Herrengasse) ou a pé a partir da Stephenplatz

OBS:
1. Os preços indicados neste post correspondem aqueles em vigência na época da viagem. Recomendo pesquisar novamente os valores das atrações na época da sua viagem.
2. Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio

2 comentários:

  1. Erik, suas dicas sobre Viena foram preciosas. Adoramos o blog. Vamos seguir seus passos pelo mundo. Beijos do casal amigo Renata e Lauro

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